A mudança da capital para Brasília

Ilustração. Ao fundo, o Congresso Nacional e uma multidão de pessoas com faixas dando os parabéns a Brasília. Balões sobem ao céu. Na frente, Zé Plenarinho conversa com seu avô que tem cabelos castanhos, bigode e está vestido com um terno verde, camisa branca e gravata preta.

Neste vídeo, Zé Plenarinho faz uma viagem no tempo e volta para 1956, no dia em que o Senado Federal estava discutindo a mudança da capital do País, do Rio de Janeiro para Brasília. Ele encontra uma pessoa muito especial… e até os Palácios Tiradentes e Monroe ganham vida!

Veja aqui o vídeo com legendas e, logo abaixo, o roteiro completo.

Roteiro:

Zé Plenarinho está em casa, procurando sua filmadora.

– Cadê essa filmadora? Meu pai disse que estava aqui no depósito… Ah, achei!

– Peraí! Essa câmera não é a minha… Ela é antiga! Deve ser a que era do meu avô. Será que ainda funciona?

Quando o menino liga a filmadora, ele desaparece e surge no meio da sessão do Senado Federal, no Plenário do Palácio Monroe, no Rio de Janeiro, em 1956!

– Ué, como vim parar aqui? Que lugar é esse?

O Presidente do Senado diz:

– Está aprovada por unanimidade a proposta do Presidente Juscelino Kubitschek, que muda a Capital Federal para Brasília.

– Mas isso aconteceu em 1956! Caramba, tô no Rio de Janeiro, antiga capital do Brasil!! Preciso sair daqui!!

Nisso, Zé encontra um homem.

– Acho que eu conheço aquele moço… Eita, é o meu avô, igualzinho nas fotos lá de casa! Preciso pedir a ajuda dele!

O garoto aproxima-se e diz:

– Ei, vô, é você?

O homem responde:

– Que é isso menino, eu não tenho neto!!!

– Mas vai ter! E sou eu! Sou o Zé Plenarinho, vô! É que eu encontrei sua filmadora lá na minha casa, e quando apertei um botão, vim parar aqui!!

– Não posso acreditar no que vejo!! Oh céus, e agora? Mas isso não tá certo, não tá certo, não tá certo! Temos que devolver você para o futuro!

Nessa hora, muda a cena, e o Palácio Tiradentes, sede da Câmara dos Deputados no Rio de Janeiro, vira um personagem. Ele fala para o Palácio Monroe, sede do Senado, que alguma coisa está acontecendo.

Palácio Tiradentes:

– Ei, colega? Palácio Monroe? Tá surdo, meu jovem?

Palácio Monroe:

– O que é, Palácio Tiradentes? Tô aqui prestando atenção na sessão do Senado!

– Pois é de uma sessão que quero te falar. Acabei de ouvir aqui na Câmara que vão transferir a capital do Brasil para uma tal de Brasília!

– Ué, mas, se a capital vai, nós, o Poder Legislativo, também vamos!

– Sei não, eles lançaram um concurso para planejar a nova cidade, e parece que tudo lá vai ser novinho em folha! Ah, e o presidente JK tem pressa. A cidade deve ficar pronta no dia 21 de abril de 1960!!

– Tiradentes, isso não vai dar certo!  Imagina uma cidade ser construída em quatro anos! Impossível!

– Eu acho que o negócio é sério! É melhor você ficar de butuca no que dizem os senadores aí…

O Palácio Monroe faz cara de preocupado e diz:

-Deixa comigo! Mas duvido que vão construir prédios mais bonitos do que a gente!

A cena volta para Zé e o avô, que começa a mexer na máquina que o menino trouxe.

-Deixe-me ver… Você disse que apertou esse botão aqui?

Quando ele liga a máquina, os dois são transportados para o cenário da construção de Brasília. Oscar Niemeyer e Lúcio Costa estão dando uma entrevista. A repórter apresenta os dois e diz:

– Estamos aqui com Lúcio Costa, que foi quem fez o plano urbanístico de Brasília, e com Oscar Niemeyer, arquiteto que projetou os principais prédios da cidade.

Oscar Niemeyer:

“Dos prédios de Brasília, o que eu prefiro é o Congresso. Ele é perfeito como arquitetura, no meu ponto de vista. Ele é simples, apesar de ser complexo. Ele apresenta aquela placa horizontal. Ela tá no nível das avenidas. A minha ideia é que a pessoa que se aproxima do prédio visse além do prédio, entre as cúpulas, a Praça dos Três Poderes, do qual ele faz parte. De modo que isso explica o porquê daquele teto baixo, no nível das avenidas”

Lúcio Costa:

“Ele teve a sensibilidade de garantir essa perspectiva que o plano urbanístico estava oferecendo”

Oscar Niemeyer:

“Eu gosto muito do Congresso. Ele é uma silhueta fantástica, porque ele é tão simples e é monumental, o que é importante.”

 

Nessa hora, avô e Neto podem assistir a alguma cena original da construção da cidade.

Zé:

-Nossa, que bacana! Já estudei tanto isso, agora posso ver ao vivo e a cores como aconteceu!

Mal ele termina de falar, o avô o puxa pelo braço e diz:

– Zé, vamos logo. Não tá certo, não tá certo ficar viajando assim no tempo.

Ele mexe na máquina outra vez e eles voltam para o presente. Desta vez, é o avô que fica impressionado com tudo o que vê.

– Macacos me mordam, Zé!  Agora o Senado  e a Câmara ficam lado a lado! Se eu fosse um jornalista do presente,não ia precisar ficar pegando condução para ir de uma casa para a outra. Que ideia maravilhosa!

– Pois é, vovô, e além da beleza de Brasília,  já foram muitas as conquistas do cidadão brasileiro desde que tudo mudou para cá!

De novo, o avô faz uma cara de preocupado e diz:

-Zé, mas não tá certo, não tá certo. Eu não posso estar aqui. Preciso dar um jeito de voltar para 1956.

Zé responde:

– Humm, acho que se você colocar o filme do momento da votação e apertar aquele botão da máquina, vai funcionar!

– Mas preciso fazer isso sozinho, não posso levar você comigo outra vez.

– Eu não queria que você voltasse, vou sentir saudades, vovô…

O avô, com uma lágrima nos olhos, responde:

-Eu também…

Continua o diálogo dos prédios.

Palácio Monroe:

– Sabe, tive aqui pensando. E se toda essa história da tal Brasília der certo? Será que a gente não vai mais ter importância?

O Palácio Tiradentes diz:

– Monroe, eu também pensei muito e percebi que não é o lugar que importa, mas sim aquilo que acontece dentro dele. E nós somos o Poder Legislativo.

– É mesmo! No Rio de Janeiro ou em Brasília, o que importa é garantir um espaço onde o povo tenha voz e possa lutar pelos seus direitos.

Aparece o avô, no passado, vendo um filme de Brasília no futuro:

– É…deu tudo certo. E o Palácio  do Congresso Nacional ficou fantástico!

 

Reprodução autorizada desde que contenha a assinatura "plenarinho.leg.br - Câmara dos Deputados" e não seja para fins político-partidários

Comente!

Seu endereço de email não vai ser publicado. Campos marcados com * são exigidos