Prêmio Nobel: Dedicação reconhecida

Ilustração. No centro da imagem com fundo azul, uma menina morena, de cabelos lisos pretos e com um grande pano vermelho que lhe cobre a cabeça. Ela sorri e está com um dos braços levantados e degura uma caixinha verde aberta com uma medalha dourada redonda dentro. Em volta da menina, toda a Turma do Plenarinho a aplaude.

Tudo começou com Alfred Nobel, um químico e industrial sueco que inventou a dinamite, um explosivo muito poderoso. Dizem que Nobel não estava muito feliz com o uso que estavam fazendo do explosivo. Na época, os militares usavam a dinamite nos campos de batalha e acabavam matando muita gente.

Pensando em como ajudar a sociedade, Nobel deixou em seu testamento que sua herança deveria ser usada para premiar quem servisse ao bem da Humanidade, especificamente atuando nos campos da física, química, fisiologia ou medicina, literatura e paz. Além das honras de receber o prêmio, o contemplado ganharia um bom prêmio em dinheiro.

Premiação sem fronteira

De acordo com o desejo de Alfred Nobel, uma instituição deveria ser criada para administrar o prêmio e garantir que a escolha dos premiados não levaria em conta a nacionalidade dos escolhidos.

A primeira edição da entrega do Prêmio foi em 1901, em Estocolmo, capital da Suécia. Desde então, todos os anos, no dia 10 de dezembro, aniversário da morte de Alfred Nobel, o Instituto Nobel realiza uma grande cerimônia de premiação para todas as categorias.

Em 1968, o banco central da Suécia criou o Prêmio de Ciências Econômicas em Memória de Alfred Nobel. Mesmo não sendo concedido pela Instituição Prêmio Nobel, já que ciências econômicas não faziam parte das áreas escolhidas por Nobel para serem premiadas, o reconhecimento dado pelo banco é considerado o “Prêmio Nobel da Economia”.

Bicampeão! Tricampeão!

Do começo do século XX até os dias de hoje, receber o Prêmio Nobel é uma grande honra para os escolhidos. Agora, se receber uma vez já é maravilhoso, imagina mais vezes! E isso já aconteceu, sim! Algumas pessoas foram tão importantes em suas áreas que foram contempladas mais de uma vez com o Prêmio.

É o caso de Marie Curie, a primeira mulher a ganhar o prêmio – escolhida em 1903, pela parceria com o marido Pierre Curie nas descobertas sobre radioatividade, e em 1911, por avanços importantes no uso da radiação.

A Cruz Vermelha, uma organização internacional que presta auxílio médico a pessoas vítimas de guerras e desastres naturais ganhou o prêmio três vezes! Isso sem contar com o prêmio dado a Henry Dunant, fundador da Cruz Vermelha e ganhador do primeiro Prêmio Nobel da Paz, em 1901.

O único ganhador que não dividiu o prêmio com ninguém durante dois anos foi Linus Pauling, um químico importantíssimo que contribuiu muito para o avanço da Química em geral. Ele recebeu o Nobel de Química em 1954 e o Nobel da Paz em 1962

Família premiada

Você já ouviu falar da expressão “filho de peixe, peixinho é”? Quem usa essa frase acredita que os filhos tendem a seguir os pais, seja na escolha da profissão seja nas idéias. Se isso é verdade ou não, é difícil dizer, mas existem famílias que seguiram à risca essa ideia em se tratando de Prêmio Nobel.

O maior destaque foi da Família Curie, um verdadeiro clã de ganhadores de Nobel. A filha de Marie Curie e Pierre Curie, Irène Joliot-Curie, também ganhou um Nobel, junto com seu marido Frédéric Joliot.

As famílias Bragg, Bohr, Euler, Kornberg, Siegbahn e Thomson também são muito conhecidas no meio acadêmico por suas pesquisas em diversas áreas. Por seus trabalhos, pai e filho de cada uma delas já foram presenteados com o Prêmio Nobel.

Existem também casais que ajudaram em grandes avanços da medicina, física, química e economia, como por exemplo, Carl Ferdinand Cori e Gerty Theresa Cori. O casal descobriu transformações de substâncias importantes para nós.

Em busca da paz

Todos os ganhadores do Prêmio Nobel são muito respeitados, e existe uma categoria que tem chamado muito a atenção das pessoas: o Nobel da Paz. A categoria é muito especial porque reconhece o trabalho de pessoas que lutam ou lutaram por um mundo com menos guerra e mais igualdade entre as pessoas. Vários líderes mundiais já receberam o título.

Em 1993, Nelson Mandela ganhou o prêmio em reconhecimento ao seu trabalho de combate às desigualdades raciais e luta em favor de uma democracia na África do Sul. Yasser Arafat, um importantíssimo líder palestino, foi homenageado por seus esforços em promover a paz no Oriente Médio.

Em 2014 foi a vez de Malala (menina que aparece na ilustração desta matéria), uma paquistanesa de apenas 17 anos, receber o Prêmio Nobel da Paz. O Paquistão, país onde ela morava, é dominado pelos talibãs, um movimento fundamentalista islâmico radical, que, entre outras ações, proíbe direitos básicos às mulheres, como atendimento médico e o direito de andar nas ruas desacompanhadas. A menina não se conformou com a proibição de estudar e protestou. No ano de 2012, ela foi baleada pelos talibãs no ônibus escolar e correu sério risco de morrer. Vivendo na Inglaterra, onde foi tratada, ela não abandonou sua causa. “Quero mudar o futuro do meu país e quero que a educação seja obrigatória”, disse a jovem.

Quando decidiu premiar pessoas de destaque, o químico Alfred Nobel deixou claro, em seu testamento, que a nacionalidade dos candidatos não deveria ser considerada e qualquer pessoa, independente do país, poderia ganhar o Prêmio. E é isso que tem acontecido desde que tudo começou.

Mas e o Brasil?

Bem, nosso país ainda não tem nenhum Prêmio Nobel; mas não por falta de merecimento, não. Por aqui, são inúmeros os cientistas, pesquisadores e pessoas que desenvolveram trabalhos importantes em todas as áreas; mas infelizmente ainda não aconteceu de vermos um brasileiro ganhando o Prêmio. Isso se não contarmos com Peter Brian Medawar, que nasceu no Rio de Janeiro, mas foi naturalizado britânico. Em 1960, ele recebeu o Nobel de Medicina.

Reprodução autorizada desde que contenha a assinatura "plenarinho.leg.br - Câmara dos Deputados" e não seja para fins político-partidários

Comente!

Seu endereço de email não vai ser publicado. Campos marcados com * são exigidos