Crianças desaparecidas

Ilustração. No centro de um fundo em tons de laranja, com sombras de telhados de casas, estão 02 pessoas: um homem de cabelos lisos e pretos, camisa social vermelha e calça bege. Ele, com expressão maliciosa está dizendo algo para o menino. O menino de cabelo castanho e camisa e calça em tons de azul demonstra preocupação e medo enquanto olha para o homem. Do lado esquerdo e direito da imagem, desenho de fitas de negativos de filmes que mostram 3 imagens e cada uma. As imagens do lado esquerdo são: a primeira mostra o menino de azul lembrando da mãe lhe dando uma bronca. A do meio mostra o homem de vermelho empurrando o menino para dentro de um carro amarelo. A última está dividida no meio por linhas diagonais. Do lado esquerdo, a mãe do menino veste amarelo e fala ao telefone com uma mulher de cabelos cacheados castanhos e vertido azul, que aparece do lado esquerdo desta última imagem. A primeira imagem que aparece na fita de filme do lado direito da imagem é a sombra do homem de vermelho inclinando-se de forma ameaçadora sobre o garoto de azul. A imagem do meio é de uma floresta de árvores secas, no centro uma cabana simples e o carro amarelo. Sobre a cabana, a lua branca no céu. A última imagem tem fundo verde escuro e, no centro, o desenho do mapa do Brasil em verde mais claro e desenhos de rosto de meninos em azul e meninas em rosa cobrem todo o mapa.

Zecão tira uma nota baixa e decide fugir de casa, para escapar da bronca dos pais. Mal sabe ele o tamanho da confusão em que vai se meter! Neste desenho animado, o Plenarinho dá algumas dicas para evitar o que aconteceu com Zecão.

Assista, abaixo, à versão simples e à versão com Linguagem Brasileira de Sinais (Libras). Ao final, também é possível ler o roteiro.

Abaixo, você também escuta ao programa de rádio sobre o assunto.

 

Animação com Libras

 

Roteiro

Na escola, a professora distribui as provas corrigidas aos estudantes.
– Parabéns, Joana. Zecão, Zecão, você precisa estudar mais.
Zecão olha para a prova com nota baixa e pensa:
– Puxa vida, minha mãe vai me matar.
Em seu pensamento, a mãe de Zecão diz:
– José Carlos de Sousa, eu já falei, hein? Se você tirar notas baixas, fica de castigo as férias inteirinhas.
Saindo da escola, ele comenta com seu amigo:
– Robertinho, “tô” lascado. Minha mãe vai me matar por causa da nota baixa.
– Relaxa. Vamos jogar bola que tudo se ajeita.
– Eu preciso pensar em algo. Já sei, vou fugir de casa.
Robertinho discorda:
– “Tá” louco, cara? Isso é muito perigoso!
– Não se preocupe, não vou longe. Vou ficar na rodoviária até de manhã. Daí, quando eu voltar para casa, meus pais estarão tão preocupados, que não brigarão comigo.
– Zecão, “cê tá” doido! Vou pra casa agora, e você deveria ir também.
Robertinho vai embora e Zecão fica sozinho. De repente, chega um rapaz e lhe oferece doces:
– Psiu! Ei, amigão! Aceita uma bala?
– Hum, aceito!
O rapaz comemora:
– Hehehe, esse “tá” no papo!
Em seguida, o estranho oferece um lanche.
– E um lanchinho, você parece estar com fome…
Zecão para e se lembra do que lhe disse sua mãe e, desta vez, nega:
– Ih! Minha mãe sempre diz para eu não aceitar coisas de estranhos. Não, obrigado.
– Ora, não fique com medo, venha que eu vou te mostrar uma coisa bem legal.
O rapaz leva Zecão para dentro de um carro amarelo e sai dirigindo.
– Pra onde você está me levando?
– Não se preocupe, vai ser muito divertido.
Em casa, a mãe de Zecão está angustiada, falando com a amiga ao telefone.
– Henriqueta, Zecão sumiu!
– O quê? Sumiu? E você já ligou para a polícia?
– Mas como? Ainda não se passaram 48 horas.
– Não precisa. Ligue agora e faça a denúncia, certo? Enquanto isso, eu vou mandar e-mail para todos os nossos amigos.
– Falando em amigos, vou ligar pro Robertinho, eles sempre estão juntos.
Já à noite, o carro amarelo estaciona frente a um barraco de madeira, distante da cidade. O desconhecido empurra Zecão para dentro do barraco, onde outras crianças estão sentadas no chão. Ele diz:
– Amanhã mesmo vou levar esses meninos para outra cidade! Lá eles poderão trabalhar sem serem reconhecidos!
Zecão chora:
– Eu quero sair daqui!
Uma menina diz:
– Não adianta chorar!
– Quem são vocês? De onde vocês são?
– Do Ceará.
– Do Rio de Janeiro.
Zecão se espanta:
– Ele também sequestrou vocês?
– É, e a gente ainda tem que trabalhar pra ele.
Menina:
– É verdade! E ele ainda faz coisas piores.
Zecão senta no chão, com a cabeça sobre os joelhos.
– Puxa vida, teria sido mais fácil enfrentar a minha mãe. Preciso ter uma ideia pra sair daqui. Nossa! Estou com um cartão telefônico no bolso. Bem que minha mãe disse que ele seria útil!
Ele reúne as outras crianças e diz:
– Galera, precisamos nos unir. Ouçam meu plano.
As crianças gritam. O rapaz entra no barraco:
– O que vocês estão aprontando? Vou dar um jeito em quem estiver metido nessa confusão!
Um dos garotos faz uma cama-de-gato, para que o estranho tropece e caia.
– Ui!!!
Zecão grita:
– Agora, fujam!
Enquanto isso, a mãe de Zecão telefona para a polícia.
– Alô, polícia? Meu filho está sumido desde meio dia!
O agente pergunta:
– Quem foi a última pessoa que o viu? Que roupa ele usava?
– Vou contar tudinho para o senhor!
Do lado de fora do barraco, o rapaz procura pelas crianças que fugiram.
– Cadê aqueles pestinhas? Vou fazer picadinho de criança!
Zecão encontra um orelhão (telefone público) e liga para polícia.
– Alô, policial, me ajude, fui raptado e estou…
O rapaz interrompe, segurando Zecão pela camisa.
– Achei você, seu pestinha! Você vai pagar muito caro pelo que fez!
Mas a polícia chega a tempo:
– Você aí, mãos para cima!
Na delegacia, o rapaz está preso. Zecão reencontra e abraça os pais.
– Nossa pai, eu tive tanto medo! Desculpa, mãe!
A mãe diz:
– Eu é que me desculpo, filho! Exagerei na bronca.
Xereta fala, relembrando a história:
– É, o Zecão aprendeu a lição. É melhor enfrentar os problemas conversando com os pais, do que fugir e cair numa cilada como aconteceu com ele, que acabou encontrando aquele marginal e se deu muito mal. O desaparecimento de crianças e adolescentes é um problema muito sério. Para se ter uma ideia, cerca de 40 mil crianças desapareçam por ano no Brasil. E desse total, pelo menos 5 mil delas não voltam para casa nunca mais. Em muitos casos, elas são raptadas para o trabalho escravo, exploração sexual e até tráfico de órgãos. Então fica a dica:
Nunca dê informações sobre sua vida a estranhos.
Desconfie quando alguém na rua vier lhe oferecer alguma coisa.
Assim que perceber o sumiço de um parente ou amigo, procure a polícia imediatamente.
Cada segundo faz muita diferença para encontrar alguém desaparecido.

Programa de Rádio

Escute o programa da Rádio Câmara, a Vez do Plenarinho, sobre o desaparecimento de crianças e adolescentes.

ROTEIRO

ZECÃO: Eita… tirei nota baixa…minha mãe vai me matar. Preciso pensar em alguma coisa…

TEC: tempo passando/ TEC: barulho de relógio / TEC: barulho de telefone tocando…

Mãe do Zecão: Aqui é a mãe do Zecão, tudo bem? A Lorena está com ele? Ele não voltou da escola até agora, e eu tô bem preocupada!

Mãe da Lorena: E você já ligou para a polícia?

Mãe do Zecão: Mas não passaram 48 horas.

Mãe da Lorena: Não precisa. Ligue agora! A Lorena disse que viu o Zecão na aula, mas ele parecia bem chateado.

NARRADOR: Enquanto isso, Zecão está andando à-toa na rodoviária da cidade. Com medo da reação da mãe, ele preferiu não voltar pra casa. Mas a fome tá batendo!

HOMEM: Psiu! Ei, amigão! Posso te pagar um cachorro quente?

Zecão: Ih! Minha mãe sempre diz para eu não aceitar coisas de estranhos.

HOMEM: Ora, não fique com medo, venha que eu vou te mostrar uma coisa bem legal aqui no meu carro.

TEC: BARULHO DE CARRO ARRANCANDO

ZECÃO: (DESESPERADO) Pra onde você está me levando?

HOMEM: RISADA MALIGNA

NARRADOR: A história de Zecão teve um final feliz, mas nem sempre é assim. O desaparecimento de crianças e adolescentes ainda é um problema muito sério no nosso país. Então atenção:

LOC3: Nunca dê informações sobre sua vida a estranhos.

LOC2: Desconfie quando alguém na rua vier lhe oferecer alguma coisa.

LOC3: Assim que perceber o sumiço de um parente ou amigo, procure a polícia imediatamente.

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