Chiquinha Gonzaga

Ilustração. O fundo é em tons de laranja, com notas musicais espalhadas e teclas de piano, também na cor laranja, nas laterais. No centro, há uma mulher de pele morena, cabelos ondulados escuros. Ela veste roupa marrom de mangas compridas e segura uma partitura de papel em uma das mãos.

A compositora Chiquinha Gonzaga, autora de mais de duas mil músicas de gêneros diferentes, foi a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil.

Chiquinha foi a primeira compositora popular do País. É dela a primeira marchinha de carnaval, “Ô, Abre Alas” (1899), famosa até hoje. Ainda escreveu músicas para peças de teatro e compôs estilos variados, como polcas, valsas, tangos e cançonetas.

Uma compositora precoce

Francisca Edwiges Neves Gonzaga nasceu em 17 de outubro de 1847. Neta de uma escrava, mas filha de um militar de alta patente, Chiquinha teve como padrinho o Duque de Caxias, e foi educada pelos professores mais gabaritados do Rio de Janeiro na época.

Na música, teve aulas com o Maestro Alias Álvares Lobo e, ainda criança, aos 11 anos, compôs sua primeira obra: a música “Canção dos Pastores”, feita para a noite de natal em família, em 1858.

Uma mulher muito à frente de seu tempo

Aos 16 anos, Chiquinha foi forçada por seu pai a se casar com um oficial da Marinha Mercante, com quem teve três filhos. O casamento, contudo, durou apenas seis anos – Chiquinha pediu a separação diante da recusa do marido em aceitar sua carreira musical.

A profissão de musicista, naquela época, não existia. Mas isso não a deteve. Determinada, Chiquinha venceu preconceitos e tornou-se financeiramente independente, dando aulas de piano e fazendo apresentações em bailes.

No ambiente boêmio em que circulava, Chiquinha conheceu um engenheiro de estradas de ferro e passou a viver com ele. Juntos, tiveram uma filha, mas também se separaram, devido à infidelidade dele.

Aos 52 anos, quando já era uma artista consagrada, novo escândalo: Chiquinha conheceu o aprendiz de músico João Batista Fernandes Lage, que tinha apenas 16 anos. O jovem tornou-se seu companheiro, com quem ela viveu pelo resto da vida.

Chiquinha também se envolveu com a política, lutando pela abolição da escravidão e pelo fim da monarquia. Vendeu composições de porta em porta para libertar o músico escravizado José Flauta.

Ela morreu em 1935, aos 87 anos. Seu aniversário é lembrado como o Dia Nacional da Música Popular Brasileira desde a sanção da Lei Nº 12.624, de 9 de maio de 2012.

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4 Comentário(s)

  • by Tatiana postado 26/03/2021 23:32

    Sou apaixonada pela história da Chiquinha Gonzaga, grande mulher e sempre apresento essa história aos meus alunos. Obrigada Plenarinho em oferecer tanto conteúdo rico.

    • by Turma do Plenarinho postado 29/03/2021 13:18

      Nós é que agradecemos, Tatiana, pela oportunidade de estar do seu lado em sala de aula! Abraços da Turma!

  • by rafael postado 18/05/2021 12:16

    Chinquinha era negra. Pq ela ta ilustrada como branca???

    • by Turma do Plenarinho postado 19/05/2021 19:14

      Oi, Rafael! Que bom que você comentou. Quando ilustramos esse post, em 2017, usamos como referências as poucas imagens históricas disponíveis e a maneira como Chiquinha era retratada até então no teatro e na TV. Seu comentário nos fez pesquisar mais e ver que estávamos errados. Corrigimos a ilustração. Obrigado por alertar! Abraços da Turma!

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