Fofinho

Ilustração de um pintinho amarelo no centro da imagem de fundo verde. O pintinho está com as asas abertas, olha para cima com seus grandes olhos redondos e sorri.

Cada pessoa tem suas características, e elas acabam moldando a pessoa que cada um é. Aos poucos, você vai descobrindo o que faz de você, você! Espero que você goste de fazer essa descoberta, assim como o pintinho Fofinho dessa história.

Fofinho

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Coleção Lagarta pintada. Fofinho, de Teresa Noronha. Editora Ática. Leitura de José Carlos Andrade.

Roteiro:
Mariana ganhou um pintinho de um dia. Era macio como algodão. Seu nome ficou sendo Fofinho. Fofinho era muito curioso. Um dia, ele fugiu do caixote onde morava e correu para o quintal. Viu um bichinho da sua cor e perguntou: “Quem é você?” “Sou um pato.” “Eu também, o que você faz?” “Eu nado.” “Eu também”, repetiu o pintinho. “Então vamos nadar”. Foram para o tanque. O patinho saiu nadando, mas Fofinho quase se afogou. A mamãe pata que estava por perto tirou o pintinho da água. Todo molhado, ele pensava, “Acho que não sou um pato”. Logo depois ele encontrou outro animal. “Quem é você?”, perguntou. “Sou um cachorro”. “Eu também, o que você faz?” “ Sei latir, tomo conta da casa de meus donos.” “Eu também sei latir, você quer ver?”

Quando Fofinho abriu o bico saiu um “PIU, PIU” muito fraco. Ele ficou sem graça. “Acho que não sou um cachorro, quem será que eu sou?” “Você descobre, boa sorte!”

Ele viu um passarinho e perguntou: “Quem é você?” “Sou um passarinho.” “Eu também, o que você faz?” “Eu canto e voo, e você?” “Eu também”. Cantar Fofinho não cantou e começou a pular cada vez mais alto para ver se voava. Acabou levando um tombo e desistiu. Fofinho viu uma abelha e perguntou mais uma vez. “Sou uma abelha.” “Eu também, o que você faz?” “Faço mel.” “Eu também”, disse Fofinho, que nem sabia o que era mel. A abelha estava trabalhando e não queria perder tempo. Entrou numa flor e desapareceu. Fofinho queria ir atrás dela, mas a flor estava num lugar muito alto. “Acho que não sou abelha”, pensou Fofinho.

Viu um balde parado na beira de um poço. Era um bicho esquisito. Não tinha olhos, nem asas, nem cabeças, nem pés. Mas podia ser um bom amigo. Até parente. Fofinho queria muito arranjar uma família. “Quem é você?”, perguntou o pintinho. “Sou um balde”. “Eu também, o que você faz?” “Eu tirava água do poço, mas agora ele está vazio. Não faço nada.” “Eu também”, disse Fofinho depressa, sem prestar atenção na resposta do balde. O balde queria mostrar o poço para Fofinho. Os dois desceram. O pintinho, dentro do balde, achou o poço escuro e frio. Enquanto subia, ele agradeceu o passeio e foi embora pensando: “Acho que eu não sou um balde. Que bom!”

Por alguns dias, Fofinho parou de fazer perguntas. Até que apareceu no quintal uma galinha. “Vou perguntar só mais uma vez”, pensou ele. “Quem é você?” “Sou uma galinha”. Fofinho gostou do jeito dela. Falava como uma mãe pata. “O que é que você faz?”. “Bom, eu lavo e crio pintinhos”. Em vez de dizer logo, “eu também”, Fofinho quis saber mais. “O que é isso?” “Você é um pintinho, não sabia?” “Então você vai me criar?” “Com muito gosto”. E a galinha abraçou o Fofinho. Foi assim que Fofinho ficou sabendo o que ele era e arranjou uma mãe muito boa. Ele achou fácil ser filhote de galinha. Não precisa saber nadar, nem latir, nem voar, nem fazer mel, nem descer no poço. Sua vida é comer, dormir e brincar. E isso Fofinho sabe fazer muito bem. Fim da história.

Reprodução autorizada desde que contenha a assinatura "plenarinho.leg.br - Câmara dos Deputados" e não seja para fins político-partidários

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