O poder dos jovens

A cada dia que passa, vai caindo por terra aquele mito de que assunto sério é coisa só de adulto. Sem perder o espírito jovem, meninos e meninas do mundo todo estão se envolvendo em debates importantes. Eles são a prova viva do chamado protagonismo juvenil. Do que se trata? Essa é uma forma de ação educativa que cria espaços e condições para que a garotada se envolva na solução de problemas reais, com iniciativa, liberdade e compromisso.

Tudo isso é muito bonito de se ler. Melhor ainda de ver na realidade. E temos alguns exemplos de protagonismo juvenil para compartilhar com você.

Os jovens com voz e vez

Em 2009, por exemplo, mais de 800 jovens se reuniram em Daejon, na Coreia do Sul. O que eles fizeram? Exigiram que, na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC), que aconteceria em dezembro, em Copenhague, capital da Dinamarca, os países participantes fechassem um novo acordo de combate à emissão de gases na atmosfera.

A galerinha que mandou esse recado sério para os adultos sabe do que está falando. Eles foram escolhidos para o encontro na Coreia porque se destacaram em projetos sustentáveis em seus países de origem. São criadores de lâmpadas mais econômicas no Nepal, esquemas de carona em Samoa e reciclagem em Serra Leoa, só para citar alguns exemplos.

O diretor executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Achim Steiner, lembrou uma coisa muito importante: os jovens são os principais interessados no futuro do Planeta; afinal, é a garotada de hoje que vai herdar os problemas ou soluções de amanhã. Nada mais justo do que eles tentem evitar o pior! “Os três bilhões de crianças e jovens do mundo verão o gelo do Himalaia derreter ou não, o nível do mar subir ou não, a Amazônia sobreviver ou morrer”, declarou Achim.

Quer ver outro belo exemplo de protagonismo juvenil? O Plenarinho conversou, também em 2009, com Myrlla Cristina Peixoto Brilhante, uma jovem líder ambientalista do Acre. Confira!

Destino do mundo

O protagonismo juvenil não tem limitações de temas. Em julho de 2009, foi a vez de 56 adolescentes de 14 países se encontrarem em Roma para a chamada Cúpula J8. Talvez você não tenha ouvido falar desse grupo, mas do G8 é mais provável – G8 é a turma formada pelos oito países mais ricos do mundo. Eles se reúnem para discutir quais caminhos o mundo deve seguir. Pois bem, no J8 a ideia é a mesma. Depois de conversarem entre eles sobre mudanças climáticas, crise financeira, a pobreza na África e o impacto desses temas na vida de crianças e adolescentes, os jovens apresentaram suas recomendações aos líderes do G8.

Brasileiros fazendo bonito

O melhor é saber que entre essa galerinha de atitude estavam alguns brasileiros. Fagner Moreira Lima, 14 anos, da Bahia; Mayara Tavares, 17 anos, do Rio de Janeiro; Rosicléia da Silva, 15 anos, do Pará; e Santiago Plata, 15 anos, de Goiás; foram escolhidos para representar o Brasil no J8 por fazerem a diferença em suas comunidades.

Fagner, por exemplo, fala sem dificuldade sobre direitos sociais e as dificuldades enfrentadas pelas pessoas que vivem no semiárido do Brasil. E ele entende do assunto! O rapaz passou parte de sua infância ajudando o pai na lavoura de sisal (uma fibra usada na fabricação de cordas e tapetes). Quando completou 10 anos, foi incluído no Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) e logo se tornou um destaque em sua comunidade. O recado que ele deixa não é só para quem tem menos de 18 anos, serve pra todo mundo: “Tenho uma responsabilidade social muito grande. Meu maior objetivo é ajudar a melhorar o meu país”, afirma.

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