Já pensou em formigas cantoras? Isso mesmo, não é porque dizem para as formigas que elas não cantam, que elas devem se acomodar com isso. A liberdade de experimentar nossas possibilidades é um dos princípios da democracia.
Farra no formigueiro
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Coleção labirinto. Editora Ática. Farra no Formigueiro, de Liliana e Michele Lacocca.
Roteiro:
Toda manhã a fila de formiga saía pelo formigueiro. Papai e mamãe formiga iam à frente. Enquanto iam andando, iam contando uma história. A coisa funcionava assim: papai e mamãe formiga contavam a história para a filha mais velha, que também era a primeira da fila. Ela ia repetindo a história direitinho para quem vinha atrás dela. E a que vinha atrás dela, para quem vinha mais atrás ainda. E assim por diante até chegar na menor de todas, que era a última da fila.
Naquela manhã, tudo estava se repetindo igualzinho aos outros dias. E, como nos outros dias, papai e mamãe formiga foram logo começando a história: era uma vez uma formiga… “Ufa”, falou a mais velha, que também era a primeira da fila. “Outra vez a história da cigarra e da formiga?”.
“Desde que eu nasci que eu estou ouvindo a mesma história”, disse a segunda mais velha, que também era a segunda da fila. “Já sei de cor e salteado esta história”, falou a terceira. E assim por diante. Cada uma delas foi dando a sua opinião até chegar à menor de todas, que também era a última da fila. E a menor de todas falou: “Eu não tenho nada contra a história da cigarra e da formiga. Eu até gosto dela. A única coisa que me incomoda é que só a cigarra canta; afinal de contas, eu também gosto de cantar”. “Eu também já pensei nisso muitas vezes”, falou a penúltima, que também era a penúltima da fila. “Cantar sempre foi o meu sonho”, falou a antepenúltima. E assim por diante.
Cada uma delas foi dando a sua opinião. Até chegar à maior de todas, que era a primeira da fila. A primeira da fila, sem pensar duas vezes, saiu da fila e começou a cantar: “Zirigidum, zigiridum dum dum dum. Eu agora sou cantora e vou cantar o ano inteiro para o samba balançar este formigueiro, o ziriguigum, ziriguidum dum dum dum”. A segunda da fila não perdeu tempo e falou: “Eu prefiro uma música bem barulhenta”, e pulando e se mexendo toda, começou a soltar uns agudos estridentes. Abrindo a boca o mais que podia, a terceira da fila também começou a tocar, batendo as patas no chão, e assim por diante.
Teve quem cantou mais alto, mais baixo, com voz esganiçada, com voz fina, com voz grossa, gritando, berrando. Cantaram todo o tipo de música e de todo o jeito que se pode imaginar. A essas alturas, a fila já tinha deixado de ser fila e virado uma tremenda confusão. “Que tremenda confusão”, falou o papai formiga, enquanto corria de um lado para o outro tentando organizar a fila de novo. “Venha me ajudar aqui”, ele gritou para a mamãe formiga. “Já vou… Ziriguidum…Já estou indo! Ziriguidum dum dum dum…”. Fim da história.
2 Comentário(s)
ameiiiiiiiiiiiiii adoreiiiiiiii
Que bom que gostou, Sandra! Obrigada pela sua participação! E continue ligada nas novidades do nosso portal!
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