No dia 15 de novembro de 1889, o marechal Deodoro da Fonseca, com o apoio dos republicanos, demitiu o Conselho de Ministros e seu presidente. Na noite do mesmo dia, assinou manifesto proclamando a República e instalando um governo provisório. Em 18 de novembro, Dom Pedro II e a família imperial partiram rumo à Europa. Os militares formaram um grupo para governar provisoriamente o País, com Deodoro da Fonseca no cargo de presidente.
Na verdade, a população quase não participou desse importante marco histórico. O povo praticamente só assistiu ao movimento de tropas militares que colocou fim à monarquia. Salvo pequenos incidentes, não houve reações importantes contra o acontecimento, nem grandes manifestações populares de apoio à instalação da república.
Vários fatores colaboraram para a crise da monarquia brasileira – como os conflitos com o Exército e a Igreja e o fortalecimento do movimento republicano. Vamos entendê-los melhor?
O movimento republicano
Foi em 1870, quando D. Pedro II tinha 45 anos, que surgiu no Rio de Janeiro o primeiro partido republicano, e não demorou muito para os clubes republicanos aparecerem por todo o Brasil, e com eles, a imprensa! É que ser republicano naquela época significava principalmente ser contra a monarquia. Aliás, os republicanos só concordavam neste ponto: que queriam a república! As discussões esquentavam quando eles resolviam decidir de que jeito iam proclamar a república.
Os chamados “revolucionários” queriam a participação do povo. Os “evolucionistas” queriam que a proclamação acontecesse sem maiores traumas, numa boa. Mas como os dois queriam a república, acabaram tendo de se unir e aguentar uns aos outros…. pelo menos até a implantação do novo sistema de governo.
Igreja e Exército
Pouco a pouco, a monarquia foi perdendo suas bases sociais de sustentação! Politicamente isso significava que o imperador tinha perdido seu apoio e sua margem de manobras e alianças. Além de ter perdido gradativamente o apoio dos proprietários de escravos, a Monarquia teve de enfrentar dois problemas institucionais com a Igreja e o Exército, que a isolaram mais ainda e que ficaram conhecidos como a “questão religiosa” e a “questão militar”.
O conflito com a igreja começou desde quando o Estado estabeleceu o catolicismo como religião oficial. A igreja queria liberdade! Ela vivia subordinada ao imperador, segundo uma tradição muito antiga, de Portugal, conhecida como padroado. Naquela época, quem escolhia os padres para os cargos mais importantes da Igreja (bispo, arcebispo…) era o imperador. Até mesmo as ordens do papa aos padres só eram cumpridas se o imperador aprovasse. Mas logo os religiosos tomaram uma atitude.
Em 1872, colocaram-se contra uma sociedade secreta, chamada maçonaria, proibindo suas manifestações e o ingresso de seus membros nas igrejas católicas. Os bispos de Olinda e de Belém decidiram obedecer ao papa. Mas a monarquia não aceitou a atitude rebelde deles e os processou, já que eram “funcionários” do Estado, condenando-os à prisão.
Em 1875, D. Pedro II soltou os bispos, mas a Igreja se sentiu ofendida e acabou abandonando o imperador e se unindo aos republicanos.
O Exército também estava em crise com o reinado! Os conflitos foram grandes, apesar de isoladamente terem tido pouca representatividade política, foram mais graves para o governo, pois abalaram definitivamente a monarquia. Os militares sempre estiveram em uma posição inferior à dos policiais civis. Só que, depois da Guerra do Paraguai, que durou de 1865 a 1870, o Exército passou a exigir mais respeito e que sua importância fosse reconhecida.
A principal ideia que se espalhou foi a da “ditadura republicana”, que significava um Estado forte, centralizado, com um governo de “salvação nacional” e de “interesse do povo”. O Exército brasileiro passou a ser considerado a instituição mais capacitada para exercer essa função.
Os militares foram impedidos de se manifestar sobre assuntos políticos, e em 1887, o Exército criou o Clube Militar, uma associação para defender seus interesses. Toda essa situação afastou ainda mais o Exército da Monarquia. A insatisfação dos militares foi tão grande que logo eles passaram a fazer parte do movimento republicano. Ah, não é de admirar que o golpe da proclamação tenha partido deles.
Reprodução autorizada desde que contenha a assinatura "plenarinho.leg.br - Câmara dos Deputados" e não seja para fins político-partidários
18 Comentário(s)
horrivel nao achei sobre a crise da monarquia
achamos agora sorry baby
Oi, Alice e Camila!
O que você esperava encontrar? Quem sabe não nos sugere uma pauta interessante para esse período de comemorações da Proclamação da República?
Abraço da Turma
legal
legal.impolgante pena que eu n ligo
meu nome estava errado
A República foi um golpe, atrasou o país, a Monarquia irá voltar a esse país de forma democrática diferentemente de como foi a implantação da República. Mentirosos, traidores da pátria, Ruy Barbosa que o diga, o que ele diria hoje se estivesse vivo? Abaixo a República e Vivas a Monarquia BRASILEIRA
Pessoal, informações falsas! A Monarquia era CONTRA a escravidão desde D. Pedro I. Seu filho, D. Pedro II, criou do próprio bolso uma cota para negros nas escolas públicas e a Princesa Isabel recolhia fundos para comprar a alforria de escravos.!
LEIAM A HISTÓRIA REAL EM LIVROS SÉRIOS! Não fiquem espalhando preconceitos por aí.
A escravidão só demorou a ser abolida por causa dos fazendeiros, que tinham medo do impacto econômico. A República não fez NADA pelos negros libertos, somente favelas! Vamos ler de novo a história do Brasil!
Os fazendeiros apoiaram a República como vinganca pelo apoio da família Inperial à causa abolicionista.
Vamos ler história!!!
Caro Euben, agradecemos os seus comentários e, para reafirmar nosso compromisso com o leitor e com a História, retiramos do texto os elementos apontados como incorretos. Comprometemo-nos a fazer nova pesquisa e corrigir aquilo que for necessário. Atenciosamente, Equipe do Plenarinho
Mais um fato importante: a “proclamação” da República foi um GOLPE MILITAR, sem qualquer consulta à população. Os golpistas prometeram um plebiscito para validar o golpe mas logo, logo desistiram da ideia. Foram apoiados pelos fazendeiros, que em seguida aos militares assumiram o poder, se revezando na famosa República do Café com Leite.
A República foi um GOLPE, e até hoje estamos sentindo seus efeitos.
Não há nada de errado com a monarquia, como atestam a Jnglaterr, Suécia, Noruega, Dinamarca, Holanda, Espanha e Japão, entre outros países bem desenvolvidos. O que há de errado é passar por cima de um golpe sobre a democracia brasileira.
A familia imperial foi expulsa pelas baionetas sob ameaça de morte, não “partiu” para europa.
Os fazendeiros escravagistas estavam furiosos pq não seriam indenizados pelos escravos libertos, por isso apoiaram o golpe republicano.
Varias cartazes na época diziam “viva a republica com indenização”, indenização esta para os fazendeiros. Os quais ficaram muito satisfeitos qdo Ruy Barbosa então ministro da fazendo iniciou o encilhamento, distribuindo dinheiro, e destruindo uma encomia estável.
No livro 1889 de Laurentino Gomes ele cita que o alferes Cardoso, bisavô de FHC, sugeriu fuzilar a Família Imperial caso resistissem ao exílio forçado.
Quem escreveu este texto cheio de erros???
No primeiro paragrafo já tem um erro importante: Falou que acabou com a unica monarquia que existia na América, então o Canada fica aonde? Canada é uma monarquia!!!
A monarquia lutou pelo fim da escravidão SIM!!! os republicanos queriam a escravidão SIM!!! existem dezenas de jornais e revistas da época que comprovam isto!!! De onde tiraram esta história???? O partido republicano surgiu quando foi proibido o trafego de escravos!!! mesmo assim se tinha um numero insignificante de pessoas republicanas!! por mais que queiram mudar o passado do Brasil não da! A monarquia era e é melhor que esta republica! A republica foi um golpe militar. Os militares tinham tanto medo da revolta do povo com a expulsão da família real que fizeram isto no meio da noite!!
Nota zero para o texto de vocês
Caro Maicon, levaremos em conta os seus comentários e faremos a correções que forem necessárias. Respeitamos a sua opinião sobre a monarquia e agradecemos a leitura atenta. Equipe do Plenarinho
Erro: Desapareceu, assim, a única monarquia que ainda existia na América!
O Canadá ainda é uma monarquia constitucional.
Obrigado pela dica. Já arrumamos o post
achei muito interessante tudo isso,parabéns espero mais conteúdos como esse! adorei
amei
achei muito legal e exemplar
sou lindo
Comente!