Pessoas com deficiência: garra para enfrentar os desafios

Menino de 13 anos, com cabelos castanhos, lisos, repartidos no meio e comprimento abaixo das orelhas. Tem pele clara e olhos grandes e verdes. Usa uma camiseta sem mangas amarela, bermuda azul-escuro, tênis roxo com detalhes brancos e uma faixa azul-claro no pulso direito. Vital é cadeirante e sua cadeira de rodas é cinza, com o assento verde e pneus pretos. De sua cadeira saem asas, que permitem que ele voe pelo céu azul, e vários cabos com ferramentas nas pontas.

Dia 3 de dezembro é o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência e ele foi instituído para chamar a atenção das pessoas para a discriminação que ainda existe contra quem tem algum tipo de deficiência. Como a Turma do Plenarinho sonha com um mundo muito melhor, em que não haja preconceito entre as pessoas, ela resolveu não deixar a data passar em branco e falar um pouco desse assunto. Afinal, conhecer é o melhor jeito de entender e respeitar!

Neste dia, pessoas com deficiência de todo o mundo chamam a atenção do governo e da sociedade para suas dificuldades e problemas que enfrentam no dia-a-dia. Coisas muitos simples, como caminhar pela rua, podem virar uma aventura bastante arriscada! Eles reivindicam melhores condições de vida e mais oportunidades para poderem se desenvolver e contribuir com o meio onde vivem. E uma palavra-chave nesse caso é acessibilidade.

E o que é acessibilidade?

O termo acessibilidade tem a ver com acesso, certo? É a facilidade na aproximação, no trato ou na obtenção de alguma coisa. Explicamos melhor: quando são tomadas medidas que incentivem a acessibilidade, permite-se o acesso de quem tem deficiência não só a lugares, mas também a cultura, informação, lazer, transporte, educação, emprego…

E falta muito para que a acessibilidade no Brasil se torne real! Como assim? É que as ruas das cidades brasileiras e os ônibus não apresentam a devida adaptação para transportar pessoas com dificuldade de locomoção; as ruas, lojas e bancos não possuem rampas adequadas… Os cadeirantes (pessoas que dependem de cadeiras de rodas) acabam dependendo da ajuda de outras pessoas para se locomoverem. Ruim, né?

As pessoas com deficiência visual também enfrentam problemas! A maioria dos semáforos não apresenta sinais sonoros, e ainda são poucos os livros publicados em braile (forma especial de linguagem na qual as palavras são escritas em alto relevo e as pessoas usam as mãos para ler).

Esses são apenas alguns exemplos para que vocês possam ter uma ideia das dificuldades que nossos amigos com deficiência enfrentam. Mas existem muitos outros! Uma dureza, pessoal! Como se já não bastasse tudo isso, a pessoa com deficiência ainda enfrenta preconceitos na hora de estudar, arrumar um emprego, e até de namorar.

Deficiência do Brasil

Segundo o Censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2016 existiam no Brasil cerca de 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência.

A deficiência mais comum é a visual. No Brasil são 6,5 milhões. Já a deficiência auditiva ocorre quando a pessoa perde um pouco ou totalmente a audição. São cerca de 9,7 milhões de pessoas com essa deficiência no Brasil. E existem ainda as pessoas, que como o Vital, sofrem de paraplegia ou tetraplegia. São aqueles cidadãos que precisam andar em cadeiras de rodas porque nasceram assim, ou então sofreram algum acidente que tirou os movimentos das pernas (paraplegia) ou todos os movimentos abaixo do pescoço (tetraplegia). Há também a deficiência que está associada à falta de algum membro do corpo, como uma perna, ou apenas parte dela.

Entrevista

Em 2007, a Turma do Plenarinho entrevistou a dançarina Karine Soares de Mendonça. Ela usa cadeiras de rodas para se locomover e já fez apresentações de dança lindíssimas. Karine, em 2003, começou a fazer parte do grupo de dança Corpos em Movimento. Confira a entrevista completa:

Vital – O que gosta de fazer no tempo livre?
Karine Soares – Eu escrevo poemas de amor e solidão, a-d-o-r-o ouvir música e gosto bastante de conversar sobre tudo com meus amigos. Tenho muitos amigos! Gosto também de ler livros de fisioterapia, deficiência e biologia.

Vital – O que a dança mudou na sua vida?
Karine Soares – Eu desenvolvi muito meus movimentos. Agora tenho mais equilíbrio emocional e me comunico melhor. Tenho mais autoconfiança, minha autoestima melhorou bastante e consigo uma melhor relação com as pessoas.

Vital – Qual a maior dificuldade que enfrenta?
Karine Soares – O pior é a falta de locomoção. Os ônibus não são adaptados e preciso deles para me locomover.

Vital – Como você se sentiu na apresentação na Câmara?
Karine Soares – Eu ganhei uma experiência nova, fiquei muito feliz. É sempre uma emoção nova, não é?

Vital – Qual é seu sonho?
Karine Soares – Pretendo me formar em Pedagogia, Psicologia e depois em Fisioterapia.

Reprodução autorizada desde que contenha a assinatura "plenarinho.leg.br - Câmara dos Deputados" e não seja para fins político-partidários

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