Abaixo a violência sexual infantil!

Ilustração. Fundo com céu azul, postes com fios elétricos e casas cinza com telhado marrom. No centro da imagem estão Zé Plenarinho e Xereta. Com as duas mãos, cada um segura um telhado vermelho sobre a cabeça.

Se você ainda não ouviu falar em violência sexual infantil, talvez seja importante ler o que a Turma preparou sobre o assunto. Conhecer é uma ótima forma de se proteger! 

O que é violência sexual

A violência sexual ocorre de duas formas – abuso sexual e exploração sexual:

O abuso sexual acontece quando um adulto – homem ou mulher –, ou mesmo um adolescente mais velho, busca satisfazer seus desejos sexuais com um menino ou menina. O abuso pode acontecer quando esse adulto toca no corpo da criança, nas partes mais íntimas (aquelas que cobrimos com o biquíni e a sunga). Mas também pode acontecer sem que o adulto sequer encoste um dedo na criança – aí, podem ser, por exemplo, palavras ou retratos pornográficos (tirados ou mostrados) que deixam a criança encabulada.

Já a exploração sexual tem a ver com a questão econômica. Esse tipo de violência ocorre quando a criança ou o adolescente faz sexo em troca de alguma coisa – dinheiro, comida, roupas, um lugar para dormir…. Muitas vezes, por trás de uma criança explorada, há vários adultos e empresas que lucram com esse negócio sujo – são bares, hotéis, casas de massagem. Não podemos deixar de lembrar dos meninos e meninas que fogem de casa e precisam fazer sexo em troca de dinheiro para poder sobreviver nas ruas.

Quem são as vítimas do abuso sexual

Geralmente, os abusadores buscam meninos e meninas que nem entraram na adolescência ainda, quer dizer, que têm menos de 13 anos. Pesquisas mostram que os adultos que têm atração pelas meninas preferem crianças com cerca de 10 anos. Já os adultos atraídos por meninos preferem crianças um pouco mais velhas.

Quem é o abusador

Não é possível reconhecer um abusador, também chamado de pedófilo, apenas por olhá-lo na rua. Isso porque ele é uma pessoa aparentemente normal. Também não há relação entre o abusador e sua classe social. Plenamigo, esse tipo de violência acontece nos mais diversos ambientes – ricos, pobres, classe média. Além disso, os pedófilos também estão em lugares que deveriam proteger as crianças e adolescentes: no meio da família, nas escolas, no ambiente esportivo, em igrejas, em consultórios médicos. Na verdade, na maioria das vezes, o abusador é alguém da família ou algum conhecido do menino ou menina.

Estou sendo vítima de abuso?

Muitas crianças, por não estarem prontas para viver experiências sexuais, nem sabem direito quando estão sendo abusadas. Na maioria das vezes, eles sentem apenas uma grande angústia, medo, suam frio. Só percebem o abuso quando a violência já se tornou grande demais (sabia que muitas meninas até engravidam?). Por isso, fique atento a alguns atos suspeitos e não deixe de conversar com um adulto de sua confiança quando algo incomodar você!

Desconfie se:

– Um adulto quiser muito ficar a sós com você. Ele pode se oferecer para cuidar de você, esperar que todos saiam de casa ou estejam dormindo, lhe dar banho, convidar você para dormir na cama dele ou lhe levar a passeios.
– Um homem ou uma mulher falarem coisas que deixam você com vergonha. Podem ser palavrões e sentimentos estranhos;
– Um adulto passar a mão nas suas partes do corpo mais íntimas, no seu bumbum ou peito. Também desconfie se esse mesmo adulto pedir que você toque nas partes íntimas dele;
– Alguém mais velho vier com a conversa de brincar de namorar com você;
– Um homem ou uma mulher disserem que vão lhe ensinar uma brincadeira nova que faça você se sentir mal (com vergonha) e tenha a ver com o seu corpo ou com o corpo dessa pessoa.
– Uma pessoa quiser tirar foto sua pelado em posições que façam você sentir vergonha ou que mostre imagens de outras pessoas fazendo sexo ou nuas.

Como se prevenir do abuso sexual

A Internet é, atualmente, o principal meio de divulgação da pedofilia. É nesse meio que se formam verdadeiros clubes com o objetivo de unir os pedófilos, adquirir fotos, vídeos, fazer turismo sexual e tráfico de menores. Por isso, muito cuidado com os sites por onde você navega. Não converse com estranhos pela rede mundial de computadores. Também evite disponibilizar fotos em blogs e sites. Nada de dar detalhes sobre sua rotina ou local onde você mora.

Não caia na conversa de adultos ou adolescentes mais velhos que se aproximam de você oferecendo doces ou brinquedos e em troca pedem beijos na boca ou carinhos esquisitos. Essa pessoa está tentando abusar de você.

Quem pode ajudar

Se você é vítima de abuso ou tem algum amiguinho ou amiguinha nessa situação, é importante falar com algum adulto de sua confiança sobre o problema. É preciso superar a vergonha e deixar de lado a ideia de culpa. É muito comum a criança abusada se sentir culpada por ter sido violentada. Mas não tem nada disso! Também é preciso vencer o medo. Isso porque o abusador costuma fazer ameaças (diz que vai bater, castigar…). Não se deixe intimidar! O adulto de sua confiança – que pode ser um professor, um parente, a mãe, o pai, um vizinho, um amigo – deverá acionar a rede de proteção das crianças e adolescentes.

Quem faz parte dessa rede de proteção e está bem pertinho da comunidade é o Conselho Tutelar. Esse órgão é responsável por zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente e deve ser o primeiro local procurado quando uma situação de abuso ou exploração sexual for identificada. O Conselho Tutelar não vai resolver o problema sozinho, mas ele sabe bem quais órgãos devem ser acionados para proteger as crianças – delegacia, vara de infância, etc.

Disque 100

Primeiro: Disque 100 – Disque Denúncia Nacional de Abuso e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes

Segundo: Outros órgãos

Escute uma história

Programa do Plenarinho na Rádio Câmara sobre abuso sexual de crianças.

Roteiro:

NARRAÇÃO: Isabela era uma menina linda. Fazia amigos rapidinho. Adorava conversar, inclusive com adultos, como seu vizinho bem mais velho, Rodolfo. Um dia, Rodolfo aparece na escola para buscá-la.
Rodolfo: – Ei, Isabela, vamos passar a tarde no sítio? Vai um monte de gente que você conhece lá do bairro.

Isabela: – Não posso, falei para minha mãe que voltava direto pra casa.

Rodolfo: – Nada, já falei com ela. Tá tudo combinado.

TEC: Barulho de porta de carro batendo e arrancando.

NARRAÇÃO: Chegando no sítio…

Isabela: Ué, cadê o resto do pessoal??

Rodolfo: – Ninguém pôde vir…

LOC 2: O Rodolfo tentou abusar sexualmente de Isabela, uma criança. Infelizmente, é um crime muito comum, cometido muitas vezes por pessoa em que a criança confia, como parentes e vizinhos. Quase sempre o agressor convence a criança a fazer o que ele quer com ameaças ou recompensas.

LOC1: Desconfie! Qualquer comportamento suspeito deve ser conversado com um adulto de sua confiança. Pode ser pai, a mãe, um professor ou até um amigo. A polícia também pode ajudar. Você também pode fazer uma denúncia por telefone, de forma anônima pelo Disque 100. Não tenha medo nem vergonha de falar sobre o assunto!

Reprodução autorizada desde que contenha a assinatura "plenarinho.leg.br - Câmara dos Deputados" e não seja para fins político-partidários

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