A-b-c! A história da escola

Ilustração. Imagem em tons de azul com algumas letras brancas. Ao centro da imagem está toda a turma do Plenarinho. Cada um segura uma letra para formar a palavra escola. Da esquerda para a direita está Vital segurando a letra E; depois vem Edu Coruja que segura com o bico a Letra S; em seguida, Légis com a letra C; após, Zé Plenarinho com a vogal O; posteriormente, Xereta com a consoante L; e por último Cida e Adão seguram uma plaquinha com a letra A.

Você sabia que infância e escola nem sempre existiram do jeito que existem hoje? As crianças estavam lá, algumas escolas também, mas pouca coisa era como o que é atualmente.

“Oh! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida,
Que os anos não trazem mais!”

O texto acima faz parte do poema Meus oito anos, de Casimiro de Abreu. Como esse escritor, muitas pessoas falam da infância como sendo um tempo de tranquilidade em que não é preciso se preocupar com nada, apenas com brincar e ser feliz. Talvez, para alguns, o único defeito desse período tão doce da vida seja ir à escola! Afinal, quem nunca acordou achando que ter que estudar é uma coisa muito chata ou que a professora é a pessoa mais severa do mundo porque insiste em aplicar provas difíceis ou deixar os mais danados sem recreio?

Ao longo do tempo

Philippe Ariès, um importante historiador francês, conta em seu livro História Social da Criança e da Família que, na Idade Média, na Europa, os pequenos só começavam a ir à escola com 10 anos. E ficavam em salas misturados com adultos. Não havia separação de classes e todos liam os mesmos textos. Isso quando tinham salas, pois até esquinas de ruas podiam virar escolas. E os mestres ainda tinham direito de aplicar castigos físicos nos alunos!

Aliás, o hábito de bater nos alunos existiu até há bem pouco tempo em alguns países. O economista Carlos da Costa, quando morou nos Estados Unidos, aos três anos de idade, levou umas palmadas da professora porque não quis sair do escorregador e dar a vez para os colegas.

Ainda bem que tudo mudou! No início do século XV (quinze), os alunos começaram a ser divididos em classes, de acordo com a capacidade de cada um. No século XVII (dezessete), o tempo de duração dos estudos deixou de ser de dois anos para ser de quatro a cinco anos.

A partir daí, a organização da escola foi se aproximando cada vez mais da que existe hoje. No século XIX (dezenove), a sociedade começou a pensar que a criança passava por várias etapas até se tornar um adulto e a criança deixou de ser vista como um ser fraco que precisava ser humilhado para ser educado.

No Brasil

Há 200 anos, a vida dos pequenos aqui no Brasil também não era fácil. Ao completar 10 anos, as crianças viravam pequenos adultos e tinham que abandonar as brincadeiras de rua para se vestirem com calças e botinas pretas. O ar tinha que ser tristonho e os gestos muito sérios.

No final do século XIX (dezenove), a compreensão de que educação e desenvolvimento econômico andam juntos, mudou o quadro educacional brasileiro. As crianças que viviam pelas ruas trabalhando como moleques de recado, criados e aprendizes foram obrigadas a ir para a escola. Os pais chegavam a pagar multas se não mandassem os pimpolhos estudar. A escola primária passou a atender crianças de 5 a 14 anos, e a secundária, os de 14 a 21 anos.

Para chegar ao que é hoje, o ciclo escolar – formado por educação infantil, ensino fundamental, ensino médio, e com duração de 16 anos – mudou um bocado e muitas formas de ensino foram experimentadas.

Texto publicado originalmente em 14/11/2007.

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