Acompanhe um dia na vida de Arthur e descubra a importância de procurar saber o que acontece com os impostos que todos nós pagamos.
Todos os dias, os pais de Arthur o levam para escola antes de irem trabalhar. Eles sempre conversam sobre coisas que veem no caminho ou sobre o que Arthur vai fazer na escola. Mas, naquele dia, quando o menino tenta falar alguma coisa, os pais parecem não ouvi-lo. Eles estão tendo uma conversa séria sobre o orçamento da família.
– Meu bem, olha só, nós não podemos ter mais despesas extras…. Já precisamos pagar o condomínio, comida, água, luz, escola… Não sobra quase nada no final do mês.
– Eu sei, mas queria tanto levar as crianças para conhecer o mar nas férias…
Ao ouvir a palavra férias, Arthur fica curioso para saber se tudo vai dar certo, e continua atendo ao que dizem os pais sobre despesas e orçamento. As coisas vão ficando complicadas e ele não consegue compreender. Finalmente chegam à escola.
De olho nas eleições
Durante a aula, de vez em quando, Arthur sonha com a viagem para a praia, mas também lembra do problema do dinheiro. Fica martelando na sua cabeça uma uma frase que ouviu o pai falar e repetir: “Nós não podemos gastar mais do que temos”.
De noite, na hora do jantar, Arthur pergunta se seus pais já encontraram uma solução para as férias.
– Estamos pensando, estamos tentando, meu amor.
O pais continuam conversando e mudam de assunto.
– As eleições estão aí… você já pensou em quem vai votar?
– Ah, sei lá, acho que vou repetir o voto passado. Em quem foi mesmo que eu votei? Ah, no Fulano.
– Ah é. E vai votar nele por quê?
– Sei lá, político é tudo igual. Eles não fazem nada mesmo e dá uma preguiça pensar para tentar escolher alguém legal.
– É mesmo, né? Então também vou votar nele e caso encerrado. Como foi teu dia no trabalho?
Arthur senta em frente à TV. Está lá, em todas as manchetes: o tal do Fulano, em quem os pais pensam em votar novamente, está desperdiçando dinheiro público. Na TV, o repórter fala muito de números, cifras, auditorias e outras coisas que Arthur não entende bem. Só o que ele entende é que o tal do Fulano não fez as contas direito, não colocou no papel – como seus pais fizeram ao decidir as férias – todas as despesas previstas e todo o dinheiro que entrou no tal do orçamento. E no final, as contas estouraram, ele gastou mais do que tinha, e, pelo visto, quem vai arcar com isso é a população.
Quando vai para cama à noite, Arthur fica pensando: por que será que seus pais se preocupam tanto com as despesas da família, e não têm a mesma preocupação com o dinheiro público, que também sai do bolso deles e de cada um dos cidadãos do País?
E eu com isso?
Essa preocupação de Arthur é verdadeira! Um pesquisador da Universidade de Brasília estudou o comportamento dos brasileiros e descobriu, numa pesquisa, o que Arthur observou no comportamento de seus pais: o brasileiro se preocupa muito quando o assunto é desperdiçar dinheiro próprio. Mas, por outro lado, quando participa de eleições, não há interesse em fiscalizar o gasto público. A dissertação de mestrado é do economista José Jorge Gabriel, que buscou descobrir se os brasileiros avaliam os políticos observando seu desempenho no último mandato.
Ele tinha duas hipóteses. A primeira é que o eleitor não se informa sobre os políticos que escolhe. A segunda é que ele confunde avanços que vieram de políticas federais, ou seja, do Governo do Brasil, com a do governador, que é do estado, por exemplo.
“Para o bom funcionamento da democracia é preciso que o eleitorado se informe mais, especialmente sobre a economia e a política do País. Só assim nosso dinheiro será mais bem gasto pelas pessoas que delegamos poder e em prol da sociedade”, conclui o pesquisador.
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