A magia das histórias em quadrinhos

Ilustração. Fundo multicolorido com vários quadrinhos de gibis. Ao centro está Zé Plenarinho que sorri e lê uma revista. À direita da imagem está Cida sentada, virada para Zé Plenarinho. À esquerda está Vital. Ambos olham para Zé Plenarinho.

Turma da Mônica, Homem-Aranha, Cavaleiros do Zodíaco, X-Men… Que criança não é apaixonada por uma boa história em quadrinhos? Nós, do Plenarinho, confessamos que somos fãs dessas narrações feitas por meio de desenhos e legendas, dispostos em uma série de quadros.Adoramos curtir, cena a cena, as aventuras de tantos heróis.

A banda desenhada (BD), história em quadrinhos ou HQ (que em Portugal também é conhecida como livro aos quadradinhos) é uma forma de arte seqüencial ou continuada que une texto e imagens organizadas com o objetivo de contar histórias dos mais variados gêneros e estilos. As HQs são, em geral, publicadas no formato de revistinhas, livros ou de pequenos trechos editados em jornais e revistas.

Breve histórico

Há discussão quanto ao nascimento exato da história em quadrinhos, mas a maioria dos autores parece concordar que a arte nasceu nos Estados Unidos. Foi lá que os padrões das atuais HQs primeiro se fixaram para, só então, ganharem o mundo.

Além dos balões, podem ser destacados: o uso de sinais gráficos como as onomatopéias (para a tradução dos sons) e as pequenas estrelas sobre a cabeça de um personagem (indicando dor ou tontura); o uso de linhas para separar um quadro de outro e estabelecer um sentido de evolução no tempo entre as cenas representadas; o uso de tiras para mostrar uma “voz do narrador” dentro da história; entre outros.

Quando os jornais e revistas tornaram-se populares, a partir da virada do século XIX para o XX, os quadrinhos tornaram-se imensamente conhecidos em todo o mundo. E o mais legal é que tanto crianças em idade de alfabetização quanto idosos colecionadores se encantam por eles!

Apesar de nunca terem sido oficialmente batizados, os quadrinhos receberam diferentes nomes nos diversos países em que se estabeleceram. Por exemplo, nos EUA, eram chamados de “comics”, pois as primeiras historinhas eram de humor, cômicas. Na França, eram publicadas diariamente nos jornais em tiras ou “bandes” e ficaram conhecidas por “bandes-dessinées”. Na Itália, ganharam o nome dos balõezinhos ou fumacinhas, “fumetti”, que indicam a fala das personagens. Na Espanha, chamou-se de “tebeo”, nome de uma revista infantil (TBO); da mesma forma que, no Brasil, chamou-se por muito tempo de “gibi” (também nome de uma antiga revistinha).

No Brasil

No livro “A guerra dos gibis – a formação do mercado editorial brasileiro e a censura aos Capa: A guerra dos gibisquadrinhos, 1933-64”, o autor Gonçalo Junior explica que Adolfo Aizen e Roberto Marinho são os maiores responsáveis pela chegada das histórias em quadrinhos ao Brasil (uma novidade americana que a partir dos anos 30 se tornou uma febre entre crianças e adolescentes).

Aizen lançou, em 1934, o “Suplemento Infantil”, porta de entrada no País dos heróis de aventuras “Flash Gordon”, “Jim das Selvas”, “Buck Rogers”, “Mandrake” e “Tarzan”. (Pergunte aos seus pais ou avós se eles se lembram desses quadrinhos que fizeram muito sucesso há algumas décadas.)

O Brasil não tinha tradição de publicar histórias em quadrinhos até a viagem de Adolfo Aizen aos EUA, em 1933. Mas a caricatura e a charge (espécie de desenho que zomba ou critica um acontecimento político da atualidade) já apresentavam grande força na imprensa diária desde a segunda metade do século XIX.

De forma curiosa, porém, o Brasil foi um dos pioneiros no mundo a usar a narrativa ilustrada em seqüência, muito semelhante aos quadrinhos de hoje, com a diferença principal de que as primeiras histórias não traziam balões, mas legendas embaixo de cada quadro.

De acordo com Gonçalo Junior, o mais importante autor do gênero foi Angelo Agostini (1843-1910), que lançou várias publicações importantes, marcadas por humor político e muitas ilustrações, como “Vida Fluminense”. Duas de suas criações em especial são consideradas umas das primeiras modernas histórias em quadrinhos no mundo: “As aventuras de Nhô Quin” (1869) e “As aventuras de Zé Caipora” (1883). O “Tico-Tico”, revista infantil lançada em 1905 por Angelo Agostini, misturava quadrinhos com passatempos, educação e contos, tendo circulado por 54 anos!

No Brasil, as histórias em quadrinhos foram chamadas durante algum tempo de historietas em quadrinhos ou apenas historietas. Foi assim até meados da década de 60, quando ficaram conhecidas como são hoje. As revistas em quadrinhos ou revistinhas receberam o diminutivo por causa do formato reduzido a partir dos anos 50 e do público-alvo – crianças e adolescentes. O termo gibi, como muitos preferem chamar hoje, nasceu do título de uma famosa revista semanal lançada por Roberto Marinho em 1939. (Gibi quer dizer negrinho.)

Personagens brasileiros

Personagens como Capitão 7, Judoka e Jerônimo foram publicados durante anos e até estrelaram outros meios de comunicação, como televisão, rádio e cinema.

O Capitão 7 foi criado por Ayres Campos em 1959, sendo apresentado primeiro numa série de TV exibida pela TV Record (daí o 7, pois o canal da emissora era esse). Depois foi adaptado para os quadrinhos por Jaime Cortez e Júlio Shimamoto. O super-herói guardava seu uniforme numa caixinha de fósforos!

Jerônimo, o Herói do Sertão, fez muito sucesso no Brasil nas décadas de 50 e 60. Tinha textos de Moisés Weltman e desenhos de Edmundo Rodrigues. O personagem Jerônimo era um cavaleiro andante nos sertões do Brasil. Como defensor dos fracos e oprimidos, lutava para que se fizesse justiça no sertão.

Judoka foi outro famoso super-herói brasileiro. Fez sucesso nos anos 70 e chegou a virar filme em 1973, mesmo ano em que o gibi foi cancelado. O personagem não tinha poderes especiais, mas era um excelente lutador. O uniforme (ou quimono) de Judoka tinha as cores da bandeira e seu desenhista era Fhaf, Floriano Hermeto de Almeida Filho.

Turma da Mônica

Agora vamos falar um pouco de personagens dos quadrinhos que você já deve conhecer muito bem: a Turma da Mônica, de Mauricio de Sousa. Afinal, quem nunca se divertiu com a brabeza da menina dentuça, com as trapalhadas do Cebolinha ou com o jeito caipira do Chico Bento?

Mônica, a mais famosa personagem de histórias em quadrinhos do País e ganhou os gibis, o cinema, desenhos na TV, tanto no Brasil (no canal por assinatura Cartoon Network) quanto no exterior! Ela surgiu de forma despretensiosa em uma tira de jornal, em 1963, como irmã do personagem Zé Luís. Mauricio queria criar uma menina para entrar nas histórias dos meninos (Franjinha, Cebolinha, Titi e Jeremias) e acabou se inspirando na segunda filha, Mônica. Enquanto ela brincava com as irmãs Mariângela, então com três anos, e Magali, com um ano, o pai fazia estudos do jeitinho da menina. Mônica, então, foi ganhando mais espaço, até chegar à primeira revista infantil brasileira colorida, em 1970.

Se você é daqueles que adora histórias em quadrinhos, não deixe de ler as da Turma do Plenarinho!!


 

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