Marta, a camisa 10

Marta Vieira Silva nasceu em Dois Riachos/AL, e desde cedo já mostrava sua paixão pelo futebol. Começou sua carreira no time local, Centro Sportivo Alagoano (CSV). Aos 14 anos, foi jogar na equipe feminina do Vasco da Gama, no Rio de Janeiro. Hoje é reconhecida internacionalmente como a Rainha Marta.

Futebol X preconceito

Marta cresceu sem o pai, morando com a mãe, uma irmã e dois irmãos. Ainda jovem, no interior de Alagoas, seu amor pelo futebol causava estranhamento e comentários preconceituosos na cidade. Sua mãe teve de ouvir várias vezes como o amor da pequena Marta pelo futebol era “anormal”. A resposta da fiel protetora sempre foi “deixa ela”!

E o preconceito não se restringia à plateia. Uma vez, o técnico do time mirim adversário recusou-se a jogar contra a equipe de Marta só porque ela era mulher.

A carreira no Rio de Janeiro

Adolescente, foi para o Rio de Janeiro morar na casa de conhecidos da família. Queria manter contato com clubes da cidade que tinham equipes femininas de futebol e esperava que algum agente esportivo a convocasse para um teste. E esse dia chegou.

A menina tímida de Alagoas chegou ao campo do Vasco da Gama e viu algo novo para ela, até então: um campo só com garotas jogando. Ela, que quase não abrira a boca desde que chegara, deixou o seu futebol falar mais alto: na primeira oportunidade com a bola nos pés, chutou ao gol com tanta força que quase colocou a goleira para dentro do travessão, com bola e tudo. O espanto foi geral, e ela logo foi contratada pelo Vasco da Gama.

Carreira internacional

A partir desse ponto, a carreira profissional de Marta decolou. Depois de dois anos no Vasco, foi jogar no Santa Cruz Futebol Clube de Minas Gerais. Em 2003, vestiu a camisa da Seleção Brasileira nos Jogos Pan-americanos de Santo Domingo, República Dominicana, sendo uma das responsáveis pelo ouro brasileiro. A imprensa internacional começou a dar destaque à atleta e, no ano seguinte, ela assinou contrato com o Umeå IK, da Suécia.

Marta teve passagens bem sucedidas por times do Brasil, dos Estados Unidos e da Suécia – por sinal, em 2017, tornou-se cidadã sueca.

Um grande legado

Por 20 anos – de 2003 a 2023 -, Marta foi presença certa nas convocações da seleção brasileira feminina de futebol. Foram seis copas do mundo defendendo a camisa amarelinha. Seis, também, foram as Bolas de Ouro que ganhou como melhor jogadora do mundo. Com 118 gols, Marta é a maior artilheira da nossa seleção (feminina e masculina!). E mais: o prêmio da FIFA ao gol mais bonito do futebol feminino recebeu seu nome.

Fora dos campos, é Embaixadora da Boa Vontade da ONU Mulheres. Ela se dedica a apoiar o trabalho de mulheres no esporte e a lutar por equidade de gênero no futebol.

Marta é apontada como uma das figuras brasileiras de maior destaque de sua geração. Sua história é inspiradora e mostra a todas as meninas e mulheres que é possível, sim, fazer o que se gosta, independentemente da opinião alheia sobre o seu gênero e, principalmente, independentemente de qualquer preconceito.

O futebol feminino pede passagem

Há muito tempo o futebol feminino brasileiro luta para conquistar seu espaço. Por décadas, a prática esportiva foi considerada não adequada às mulheres, sendo, até mesmo, proibida por lei durante o Estado Novo e o regime militar.

Mas, felizmente, as coisas começaram a mudar. Desde 2019, todos os jogos do Brasil na Copa do Mundo de futebol feminino são transmitidos ao vivo, na TV aberta e em canais por assinatura.

Além disso, nesse mesmo ano, todos os 20 clubes da Série A do Brasileirão ficaram obrigados a manter times de futebol feminino, tanto na categoria de base, como no profissional. A exigência foi estipulada em função do Regulamento de Licenças de clubes da Conmebol (Confederação Sul-americana de Futebol).

Com informações de Esporte – iG, Folha de S. Paulo, Revista Istoé e portal The Player’s Tribune.

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4 Comentário(s)

  • by Ana postado 06/06/2019 22:33

    Correção: Marta tem 4 irmãos, e não irmãs. Mas valeu pela matéria.

    • by Turma do Plenarinho postado 10/06/2019 11:43

      Oi, Ana, obrigado por nos alertar, graças ao seu comentário pudemos rever essa informação. Na verdade, Marta tem dois irmãos e uma irmã. Abraços da Turma!

  • by Joyce vanderlei postado 07/06/2019 02:16

    Fui dessa época em que futebol era praticamente proibido, morava em Poço das Trincheiras Alagoas, cidade vizinha da nossa rainha Marta, onde tive a satisfação de jogar junto, como éramos raras no sertão alagoano naquela época, juntava as atletas de 3 ou 4 cidades para formar um time, tinha atletas muito boas que não tiveram oportunidade ou não se esforçaram pra alçar vôos mais altos, eu fiquei pelo caminho, confesso a vcs, jogava por amor, pois o meu futebol não era tão bom. Rsrs toda sorte e sucesso a nossas representantes na Seleção Brasileira de Futebol Feminino, na torcida sempre.

    • by Turma do Plenarinho postado 10/06/2019 11:34

      Que bom saber da sua história, Joyce! Obrigada por compartilhar! Estamos juntos nessa torcida! Abraços da Turma!

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