Adoção – “Só uma forma diferente de ter filho”

Ilustração. Fundo coberto de corações em tons de vermelho. No centro, uma mulher sorridente rodeada de crianças alegres.

Em 25 de maio é celebrado o Dia Nacional da Adoção. Adoção é quando uma família acolhe como filho uma criança ou jovem nascido de outra família.

Em todo o Brasil, há bem mais famílias habilitadas para adotar do que crianças disponíveis para adoção. É o caso do Distrito Federal. Segundo Walter Gomes, supervisor de adoção da Vara da Infância e da Juventude-DF, há cerca de 130 crianças e adolescentes, com idades de 0 a 17 anos, cadastrados para adoção no DF. Por outro lado, 543 famílias querem adotar crianças.

Por que então tantos meninos e meninas nunca são adotados? A resposta é simples: a maioria possui um perfil oposto ao desejado pelas famílias que se candidatam a adotar. Walter explica que, no Brasil, há uma cultura de adoção que privilegia os recém-nascidos e, assim, os jovens com idade mais avançada ficam de fora. “Além de desejarem uma criança recém-nascida, também querem que essa criança não tenha irmãos e não apresente problemas de saúde”, completa.

Mais do que dados, vidas

Para aumentar as chances de que pré-adolescentes e adolescentes sem lar encontrem famílias interessadas em adotá-los, foi criado o projeto Em Busca de Um Lar. Em vídeos gravados com a autorização de um juiz, esses meninos e meninas se apresentam e contam um pouco sobre quem são, seus sonhos e hobbies. Dessa forma, espera-se que eles deixem de ser vistos como números, estatísticas e processos, e passem a ser percebidos como as crianças e jovens que são. Os vídeos podem ser vistos na página do projeto no Facebook.

“Só uma forma diferente de ter filho”

Fátima Moraes e o marido Guilherme Ávila começaram a pensar em adoção após o nascimento da filha caçula. Na ocasião, o médico recomendou que Fátima não engravidasse mais. “A gente combinou que, se tivesse desejo de ter mais filhos, partiríamos para a adoção. A adoção nunca foi nada especial, seria só uma forma diferente de ter filho”, relembra.

O desejo de adotar voltou com força muitos anos depois. A caçula, então estudante de psicologia, fez uma matéria que envolvia visitas em um abrigo para crianças. “Nessa situação, ela conheceu a Vitória. Ela era muito apaixonada por essa menina, chegava em casa e ficava falando dela”. Então, quando Vitória entrou para o cadastro de adoção, Fátima e Guilherme se candidataram.

Um longo caminho

O caminho até a adoção de Vitória foi longo. Havia muitos passos a percorrer até que eles se tornassem uma família legalmente habilitada para adotar crianças. Além disso, um casal já estava visitando a menina com a intenção de ficar com ela. Mas, no final, tudo deu certo – alguns anos depois, Vitória entrou definitivamente para a família. Tempos depois, o casal adotou outras duas crianças: os irmãos Alisson, que na época tinha nove anos, e Meiriele, de 13 anos.

Adoção não é caridade

Fátima acredita que ainda há muito preconceito relacionado à adoção. Frases como ‘você fez uma coisa linda’ ou ‘quais são os seus de verdade?’, demonstram isso. Segundo ela, as pessoas tratam o assunto “como se a gente tivesse feito caridade, mas elas não entendem que os nossos filhos não são objetos de caridade. Os nossos filhos são nossos filhos e eles chegaram por outras vias que não a via da barriga, a via consanguínea”.

Walter também compartilha dessa visão: “A adoção não pode ser confundida com ação filantrópica ou trabalho religioso. A adoção é um projeto para quem deseja exercer em plenitude o papel de pai e mãe pela criança que foi abandonada pela família de origem. Ela também requer valores como a ética, respeito, cumplicidade e amor incondicional”.

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Converse com os estudantes sobre o que eles pensam em relação ao assunto. Eles conhecem famílias que aumentaram via adoção? Um filho adotivo é mais ou menos filho do que um biológico? E no caso de irmãos, há diferença entre os de sangue e os adotivos?

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