Dorina Nowill

Ilustração. Imagem com fundo azul claro e branco com sinais em braile. Ao centro Dorina Nowill, uma senhora de cabelo loiro e curto, usa óculos de sol, blusa azul e um colar de pérolas.

Talvez você não a conheça pelo nome, mas saiba que o trabalho dessa brasileira ajuda muita gente.

Dorina Gouvêa Nowill nasceu em São Paulo, no dia 28 de maio de 1919. Quando tinha apenas 17 anos, ficou cega por motivos que nenhum médico conseguiu descobrir. Nessa idade, ela já era professora, e decidiu não deixar que a cegueira afetasse aquilo que mais gostava de fazer: ensinar. Usou a deficiência como um incentivo para fazer com que outras pessoas que não podiam enxergar continuassem aprendendo.

Em 1946, com a ajuda de algumas amigas, Dorina criou a Fundação para o Livro do Cego no Brasil, em São Paulo (que muitos anos depois ganhou o nome de Fundação Dorina Nowill Para Cegos). Essa Fundação, junto com o Instituto Benjamin Constant, no Rio de Janeiro, foi a primeira no País a produzir livros em braille (uma forma de comunicação feita pelo tato, que permite ao cego ler e escrever) e a distribuir gratuitamente esses livros.

Dorina era incansável. Em 1954, conseguiu que o Conselho Mundial para o Bem-Estar do Cego se reunisse no Brasil, em conjunto com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia e a Associação Panamericana de Saúde.

De 1961 a 1973, ela dirigiu a Campanha Nacional de Educação de Cegos do Ministério da Educação e Cultura (MEC). Em sua gestão foram criados os serviços de educação de cegos em todas as Unidades da Federação.

Dorina lutou, também, pela abertura de vagas e encaminhamento das pessoas com deficiência visual para o mercado de trabalho. Na década de 1980, participou de duas Conferências da Organização Internacional do Trabalho (OIT), lutando pela aprovação da Convenção 159 e da Recomendação 168, que convocam as nações a oferecer programas de reabilitação, treinamento e emprego para as pessoas com deficiência.

Hoje, a instituição que leva seu nome oferece atendimento gratuito nas áreas de reabilitação, educação inclusiva e empregabilidade para milhares de pessoas cegas ou com baixa visão, além de possuir uma das maiores gráficas braille do mundo.

Dorina Nowill faleceu em 29 de agosto de 2010, aos 91 anos de idade, mas seu legado está muito vivo entre as pessoas com deficiência do nosso país.

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