No primeiro dia do Câmara Mirim (24/10/2019), os engajados integrantes do Plenário Verde aprovaram projeto de lei da estudante Ana Luiza Silva Rosa, da Escola do Legislativo de Varginha (MG). A proposta original prevê uma redução gradual do uso de agrotóxicos e exige que os produtores rurais em grande escala disponibilizem parte da propriedade para o desenvolvimento de colônias de abelhas. Segundo a autora, as abelhas são o principal meio de polinização, produtividade e qualidade dos alimentos.
A relatora do projeto, Letícia Barros, do Claretiano Colégio, ressaltou que o uso desenfreado de agrotóxicos prejudica a produção do próprio agricultor. A estudante citou Albert Einstein ao alertar que se as abelhas desaparecessem, a humanidade seguiria o mesmo rumo.
Por outro lado, o estudante Kaíque Vinícius Silva, da Câmara Mirim de Caçapava (SP), observou que exigir que os produtores rurais cedam um espaço para as abelhas em suas propriedades é uma atitude injusta. “As pessoas conquistam as coisas com o trabalho, esforço e dinheiro delas. Visto isso, a gente não achou certo, nem digno, eles serem obrigados a cederem um espaço sem, por exemplo, ter algum tipo de retorno”, explicou. Apesar disso, Kaíque ficou contente com a aprovação. Segundo o estudante, a votação foi justa.
O projeto foi aprovado com cinco emendas, entre as quais a que incentiva produtores a usarem alternativas aos agrotóxicos, a que determina que o Ministério da Agricultura reveja a liberação desses produtos e a previsão de descontos em impostos para os agricultores que mais reduzirem o uso de pesticidas. Os deputados mirins também incluíram a possibilidade de os agricultores cederem suas terras para a criação de abelhas, com desconto de 10% em impostos e recebimento de um selo de apoio às abelhas.
Para Ana Luiza, a experiência foi indescritível. “A gente planejou muito esse momento. A gente visualizou na cabeça, mas quando ele acontece, a gente sente na pele”, descreveu. Segundo a estudante, o resultado não foi diferente do esperado. “Eu fiquei muito feliz. Eu revi o projeto e tenho que concordar que a ideia original tinha, sim, que ser mudada em alguns fatores”, comentou Ana Luiza. Ela avalia que todas as emendas propostas e aprovadas pelos estudantes se encaixaram perfeitamente nas questões que precisavam ser alteradas.
O Plenário Verde foi presidido por Leila Lemos de Carvalho (Colégio Machado de Assis) e composto por alunos do Claretiano Colégio, CEPI Cunha Bastos, Colégio Machado de Assis e da Câmara Mirim de Caçapava.
Confira o vídeo da reunião na íntegra:
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