A sala de aula é, frequentemente, o principal espaço de convivência de crianças e jovens com pessoas de origem e cor diferentes da sua. Naturalmente, é também o espaço onde primeiro afloram dúvidas e ideias preconcebidas relativas a raças e etnias.
Cabe, portanto, ao educador estar preparado para responder a questionamentos, acolher sofrimentos, promover a reflexão e a empatia, fazendo da escola um lugar onde as diferenças são respeitadas e valorizadas.
Vale destacar que este aprendizado está alinhado às competências gerais da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), com destaque para:
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.
Público-alvo: Estudantes do segundo ciclo do ensino fundamental (do 5º ao 9º ano)
Disciplinas trabalhadas: O tema pode ser trabalhado de forma interdisciplinar e transversal nas disciplinas de Geografia, História, Língua Portuguesa e Artes.
Objetivos: Capacitar os estudantes a questionar ideias preconcebidas relacionadas a cor e raça; estimular o respeito e a valorização da diversidade étnico-racial.
Atividades propostas
Propomos cinco encontros de 40 minutos, cada.
Encontro 1: “Identificação”
O professor fala aos estudantes sobre a formação do povo brasileiro – as raças/etnias que o compõem (indígenas, brancos, negros e amarelos). Em seguida, pede aos estudantes que se auto-identifiquem com uma ou mais raças/etnias, anotando sua resposta em uma folha de papel, sem revelar aos demais.
No momento seguinte, a turma tenta adivinhar com qual(is) raça(s)/etnia(s) cada colega se identificou (após os palpites de todos, o estudante revela a sua resposta e explica as características que o levaram a se encaixar naquela raça/etnia).
Ao final, o professor divide a turma de acordo com a auto-identificação de cada estudante e promove uma reflexão: quantos são brancos? E negros? E indígenas? E amarelos? Esta é uma turma diversa? Por que sim (ou por que não)?
Encontro 2: “Radar ligado”
Os estudantes serão divididos em quatro grupos. Cada grupo terá como objeto de discussão uma raça/etnia: negros/pardos, brancos, amarelos, indígenas.
Os estudantes devem refletir sobre estereótipos. O que se costuma falar sobre as pessoas dessa raça/etnia? De que forma elas são retratadas no cinema, na televisão, nas séries, nos desenhos animados, na publicidade? Há brinquedos que as representem?
Para o próximo encontro, os estudantes devem pesquisar na internet casos de discriminação, buscando identificar a que raça/etnia estão relacionados.
Encontro 3: “Desconstrução”
No quadro negro, os estudantes devem relacionar os casos de racismo que pesquisaram de acordo com a raça/etnia das vítimas. Em seguida, devem analisar: qual raça/etnia apresenta mais casos de discriminação? Qual apresenta menos casos?
Os estudantes devem eleger cinco casos de racismo que considerem mais marcantes. Cinco estudantes devem apresentá-los à turma.
A cada apresentação, o professor atua como provocador, questionando a turma: como imaginam que se sente quem é visto/tratado assim pelas outras pessoas? Que oportunidades essa pessoa perde/ganha por conta dessa imagem? Essa imagem a expõe a algum risco?
Ao final do encontro, o professor dá aos estudantes a missão de escolher um dos casos e escrever um texto sobre ele em primeira pessoa, colocando-se no lugar da vítima do racismo: “como é sentir o preconceito na pele”. Quem quiser poderá expor seu texto aos colegas na aula seguinte.
Encontro 4: “Ressignificação”
Os estudantes que desejarem poderão apresentar seu texto aos colegas lendo-o em voz alta. Toda apresentação deve ser acolhida e valorizada pela turma.
Terminadas as apresentações, os estudantes devem dividir-se em três grupos. Cada grupo cuidará de um tema de pesquisa:
- Contribuições que as raças/etnias trouxeram às artes, cultura e costumes;
- Cientistas, intelectuais e personagens históricos que não receberam destaque por conta da cor de sua pele;
- Personalidades atuais que têm se destacado positivamente na criação de uma cultura de valorização da diversidade étnico-racial.
Encontro 5: “Consolidação”
Neste último encontro, os estudantes transformarão em cartazes o resultado de suas pesquisas. Ao final, os cartazes comporão uma exposição que poderá ser visitada por toda a comunidade escolar.
Critérios de avaliação: Convidar os estudantes para avaliarem as atividades – se as viram como uma oportunidade de refletir criticamente e rever conceitos.
Material necessário: Computadores ou celulares (caso a escola permita) com acesso à internet para realização de pesquisa.
Reprodução autorizada desde que contenha a assinatura "plenarinho.leg.br - Câmara dos Deputados" e não seja para fins político-partidários
10 Comentário(s)
Conteúdo muito bom, dinâmico e coletivo, uma oportunidade de colocar em prática os saberes para os alunos. A construção desta forma de saberes arremete a preparar o educando para a vida cotidiana. As relações Etnicos Raciais, a Educação Anti-Racista e a modalidade de ensino. Educação Escolar Quilombola só enriquece o ensino e a aprendizagem dos alunos a saberem conviver com a diferença.
Que bom que você gostou, Elias! Ficamos muito felizes em saber! Que possa ser útil na sua prática diária e na de professores em todo o Brasil! Abraços da Turma!
Conteúdo muito bom e dinâmico para trabalhar o tema sobre a diversidade étnica no Brasil.
gratidão por compartilharem esse material
Nós é que ficamos muito gratos por saber que estamos apoiando você em sala de aula, Juride! Se quiser compartilhar com a gente a sua experiência, vamos adorar! Nosso e-mail é plenarinho@camara.leg.br. Abraços da Turma!
Amei o conteúdo, que é de grande relevância por sua abordagem. Vou utilizar em sala de aula.
Desejo que possamos trabalhar sempre em prol de uma sociedade mais justa e igualitária!
Parabéns aos criadores.
Grata!
Que maravilha receber seu comentário, Márcia! Ficamos muito felizes em saber que nosso material será útil na sua prática em sala de aula. Se puder, conte pra gente como foi! Nosso e-mail é plenarinho@camara.leg.br. Abraços da Turma!
Sensacional!!!! Já vou começar amanhã mesmo!!!! Podia ter mais sobre a temática! Seria ótimo pra nós professores , muitoooo top!
Que ótimo, Natália! Se quiser, compartilha com a gente como foi o trabalho! Vamos adorar saber! Abraços da Turma!
Adorei! conteúdo muito bom, é importantissimo abordar essa temática . A reflexão acerca deve ser promovida, afinal estamos no Brasil onde a diversidade étinica racial cultural é de fato o povo, adotarei essa ideia para as minhas aulas de lingua estranjeira,” lingua espanola”.
Que bom que o conteúdo foi útil pra você, Lucileide! Abraços da Turma!
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