Mohandas Karamchand Gandhi nasceu na Índia em 2 de outubro de 1869, durante a colonização inglesa. Ele era o caçula em uma família pertencente à casta dos mercadores.
Seguindo as tradições daquele tempo, Mohandas casou-se com apenas 13 anos, num casamento arranjado. Durante a viagem até o local onde haveria a celebração, seu pai sofreu um grave acidente. Apesar de ter conseguido participar da cerimônia, ficou com a saúde fragilizada até o fim da vida.
Mohandas passou a dividir-se entre a jovem esposa, os estudos e os cuidados com o pai. Foi nessa época que começou a desenvolver seus ideais de zelar pelos mais necessitados, respeitar os mais velhos e defender a verdade e a honestidade acima de tudo.
A morte do pai, três anos após o acidente, foi um dos momentos mais duros de sua vida. Pouco tempo depois, o jovem Gandhi decidiu ir à Inglaterra para fazer faculdade de Direito e trabalhar como advogado. A mãe autorizou a viagem com uma condição: que ele se abstivesse de vinho, mulheres e carne.
A parte mais desafiadora do juramento era a alimentação. Naquele tempo, o vegetarianismo era pouco conhecido e era difícil encontrar restaurantes em Londres que servissem refeições sem carne. Mas, aos poucos, ele foi encontrando outros vegetarianos e, com eles, entrando em contato com outros princípios religiosos e filosóficos, como o hinduísmo, o islamismo e o cristianismo.
A grande virada
A grande virada na vida de Gandhi começou quando ele já estava de volta da Inglaterra, aos 18 anos. Viajando pela África do Sul a trabalho, o jovem advogado sofreu violências, preconceito e humilhações por ser indiano. Em contato direto com a intolerância e o desrespeito, questionou-se profundamente sobre o seu lugar na sociedade.
E então, pouco antes de voltar à Índia, soube de um projeto de lei que pretendia acabar com o direito de voto dos indianos que viviam na África do Sul. Revoltado, ele fundou uma organização e dirigiu vários protestos contra a proposta, o que transformou a comunidade indiana naquele país em uma verdadeira força política.
Participação política
De volta à Índia, Gandhi arregaçou as mangas e pôs a mão na massa! Ele começou a visitar pequenas vilas por todo o país e fundar comunidades – os ashrams -, reunindo pessoas interessadas em melhorar suas condições de vida. É que, naquela época, muitas cidades indianas tinham péssimas condições de higiene e altos índices de violência. Ajudando a construir escolas, hospitais e estimulando a consciência política da população, Gandhi foi se tornando cada vez mais conhecido. O povo passou a chamá-lo de “Bapu” (pai) e “Mahatma” (grande alma).
Outra grande luta do “Mahatma” foi pela independência da Índia. Gandhi desaprovava fortemente os ataques violentos dos britânicos contra os indianos, mas também não gostava das manifestações agressivas da população local. Então ele convocou os indianos a praticar a “desobediência civil”, um tipo de protesto não violento que consistia em usar tecidos produzidos na Índia (em vez das roupas feitas na Inglaterra) e recusar produtos trazidos da Grã-Bretanha. Essa estratégia contou com a participação ativa das mulheres, num tempo em que elas não tinham espaço e voz na política.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o movimento pela independência da Índia ganhou mais força. Segundo o próprio Gandhi, “não faz sentido a Índia apoiar uma guerra que pretende lutar pela liberdade democrática, se essa liberdade não é dada à própria Índia”.
Resistência pacífica
Por sua teimosa, mas pacífica, oposição, Gandhi foi preso várias vezes, inclusive durante a luta pela independência. No final da Segunda Guerra Mundial, foi solto pelos ingleses, que anunciaram que o poder político da Índia finalmente passaria às mãos dos indianos. O país era, enfim, independente de novo!
Gandhi foi assassinado em 1948 por um extremista hindu. Seu corpo foi cremado e suas cinzas, espalhadas em vários rios pelo mundo, como o Nilo e o Tâmisa. Por incrível que pareça, mesmo tendo sido indicado cinco vezes, ele nunca ganhou o Prêmio Nobel da Paz. Mas o próprio comitê organizador da premiação reconheceu o erro, anos mais tarde.
Seus ensinamentos ainda servem de inspiração para muitas pessoas, principalmente os que falam da verdade, da simplicidade e da não violência. Para @s plenamig@s que se preocupam com a democracia, fica a lição: participar é necessário, ainda mais se for pacificamente!
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Esse e pode
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