Viva a Diferença

O bullying afeta a auto-estima e o pleno desenvolvimento dos estudantes. Para combater a prática e fortalecer os aspectos emocionais das crianças e jovens, a professora Ionara Miranda criou o projeto #vivaadiferença, quando lecionava na Escola Estadual Henrique Siqueira Amorim, em Araguaína (TO).

“Quem sofria bullying tinha notas muito baixas, era mais tímido, não gostava de responder questões oralmente”, percebia Ionara. Então ela criou uma “patrulha” em cada turma, junto com uma caixinha para receber denúncias anonimamente. “Quem sofre bullying tem medo de falar que está sofrendo, tem medo de represálias”, justifica.

Os integrantes da patrulha ficavam atentos ao que acontecia nos corredores, no recreio e na própria sala de aula e também relatavam o que viam por meio de bilhetinhos na caixa, que indicavam quem fez o bullying e quem sofreu.

Protagonismo juvenil

Assim, Ionara buscava as partes envolvidas para conversar, primeiro individualmente. “Eu queria saber o motivo de a pessoa estar agindo daquela forma. Muitas vezes, quem pratica bullying tem problemas em casa. Eu tentava ainda saber se a vítima também não tinha praticado bullying. Eu gostava de ouvir as duas partes e, se continuasse, eu chamava os responsáveis dos alunos para conversar”, detalha.

O envolvimento dos estudantes em todas as etapas da iniciativa foi fundamental. “Eles foram protagonistas do projeto, eu não quis impor nada. Eu ensinei quem praticava a se colocar no lugar do outro, a ter empatia, não ter raiva do colega que denunciou e sim se arrepender e tratar o colega melhor”, conta a educadora.

O sucesso da ação foi percebido não só com a redução dos casos de bullying, mas com um aumento na frequência escolar e participação nas aulas por parte daqueles que eram vítimas da prática. Ionara Miranda aproveitou a adesão de seus estudantes para reforçar a importância de não se praticar o bullying fora da escola e nas redes sociais, introduzindo a eles o conceito de cyberbullying. “Viva a diferença é falar que é normal ser diferente, todo mundo tem seu jeito singular. Chato seria se todo mundo fosse igual”, ensina a educadora.

Reprodução autorizada desde que contenha a assinatura "plenarinho.leg.br - Câmara dos Deputados" e não seja para fins político-partidários

Comente!

Seu endereço de email não vai ser publicado. Campos marcados com * são exigidos