Dominguinhos

No centro da ilustração com fundo em tons de amarelo, há um homem de pele parda, chapéu marrom e camisa xadrez. Ele olha levemente para o lado esquerdo da imagem, sorri e segura um acordeon.

Já ouviu falar de José Domingos de Morais? E de Neném do Acordeon? Pouca gente conhece esses nomes. Mas quem gosta de um bom forró com certeza já ouviu falar de Dominguinhos.

Pernambucano de Garanhuns, Dominguinhos nasceu no dia 12 de fevereiro de 1941. Filho de dona Mariinha e de seu Chicão, afinador e tocador de acordeons, o menino logo mostrou que levava jeito para a música. Aos seis anos, já sabia tocar o instrumento.

Para ajudar no sustento da numerosa família, ainda criança, juntou-se a dois irmãos e começou a se apresentar em feiras livres e portas de hotéis. Numa dessas ocasiões, em 1950, topou com ninguém menos que o famosíssimo Luiz Gonzaga, o Rei do Baião.

Gonzagão ficou tão impressionado com o talento do menino de Garanhuns que o convidou a procurá-lo no Rio de Janeiro, onde morava, para receber dele um acordeon novinho.

De Neném do Acordeon a Dominguinhos

Quatro anos depois daquele encontro, Dominguinhos mudou-se para o Rio de Janeiro com o pai. Assim que chegou na cidade, foi procurar Luiz Gonzaga.

O experiente músico não só cumpriu sua promessa, presenteando o rapazinho com um acordeon, como o convidou para frequentar sua casa e acompanhá-lo em ensaios, shows e gravações.

Naquela época, com o nome artístico de Neném do Acordeon, o jovem pernambucano começou a se apresentar em bares, boates e churrascarias.

Em 1957, foi rebatizado por Gonzagão, seu padrinho artístico, passando a ser conhecido pelo nome que o acompanharia pelo resto da vida: Dominguinhos. Nesse mesmo ano, fez sua primeira apresentação profissional, acompanhando o Rei do Baião. Começava ali uma carreira de muito sucesso.

Um músico de prestígio

Por muitos anos, Dominguinhos integrou o grupo que acompanhava Luiz Gonzaga. Nesse período, ganhou o reconhecimento de artistas consagrados, fazendo parcerias musicais inesquecíveis nas décadas de 1970 e 1980. Uma de suas principais parceiras, aliás, foi a cantora pernambucana Anastácia, conhecida como a Rainha do Forró, com quem compôs mais de 200 canções. A dupla era tão afinada que acabou virando casamento! É deles “Eu só quero um xodó”, já ouviu? “Que falta eu sinto de um bem… que falta me faz um xodó”.

Ao longo de sua história, consolidou-se como compositor, instrumentista e arranjador. Herdeiro artístico de Gonzagão, brilhou também em outros gêneros musicais, como bossa nova, jazz e pop.

Dominguinhos gravou 45 álbuns, criou trilhas sonoras para filmes, ganhou diversas premiações, com destaque para dois Grammys latinos.

Ele morreu em 23 de julho de 2013, após seis anos de luta contra um câncer de pulmão. Mas revive cada vez que alguém se requebra ao som de suas canções.

Reprodução autorizada desde que contenha a assinatura "plenarinho.leg.br - Câmara dos Deputados" e não seja para fins político-partidários

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