Ajuricaba, o guerreiro da liberdade

Ilustração. Fundo em tons de laranja, com desenhos de arco e flecha espalhados. No centro, contém um homem, do ombro para cima. Ele tem cabelos pretos, compridos, com franja. Tem pele parda e olhos castanhos.

 

Como acontece com tantos personagens históricos não-europeus no Brasil, pouco se sabe a respeito da vida de Ajuricaba. Mas os capítulos que ficaram registrados são de tirar o fôlego. Cacique da aguerrida tribo dos Manaós, que viviam às margens do Rio Negro, ele virou lenda ao comandar seus guerreiros contra os portugueses e seus aliados. Sua bandeira era a liberdade de seu povo – sem concessões.

A história de Ajuricaba se passa no início do séc. XVIII. Naquela época, os colonizadores realizavam uma prática conhecida como descimento, isto é, expedições para capturar indígenas e forçar suas tribos a se mudarem para locais mais acessíveis, onde seriam escravizadas e catequizadas. Eles só não esperavam encontrar uma resistência tão grande quanto a dos Manaós.

Ajuricaba assumiu a liderança dos valentes guerreiros Manaós após a morte de seu pai e tornou-se uma verdadeira pedra nos sapatos de quem tentava dominar sua gente. Estrategista habilidoso, ele soube unir dezenas de outras nações indígenas sob o seu comando. Logo passaram da resistência ao ataque, arrasando povoações portuguesas e de indígenas ‘mansos’, como eram conhecidos os aliados dos colonizadores. Começou então o conflito conhecido como Guerra dos Manaus.

De 1723 a 1728, os dois lados se enfrentaram em embates terríveis. Até que, num ataque mais forte, soldados portugueses conseguiram invadir a aldeia dos Manaós. Mataram o filho de Ajuricaba e prenderam o cacique e sua gente.

Presos em ferros, foram levados a uma embarcação, que seguia rumo a Belém, onde seriam vendidos como escravos. Escravos? Nunca. Mesmo acorrentados, Ajuricaba e seus guerreiros lutaram para se libertar – e por pouco não conseguiram. O lendário cacique então aproveitou um descuido de seus captores e se atirou no rio, preferindo a morte à servidão.

Por tudo que simboliza para os povos indígenas e amazônicos, Ajuricaba foi indicado para ter seu nome inscrito no Livro de Aço dos Heróis e Heroínas da Pátria. Clique aqui para conferir o pequeno documentário que a TV Câmara fez sobre ele.

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Post criado em 14/04/2021 e atualizado em 29/11/2021.

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4 Comentário(s)

  • by Thiago Félix Cruz postado 28/11/2021 17:58

    Ajuricaba não colaborava com os holandeses e não vingou a morte de seu pai. Na verdade seu pai tinha um acordo com os portugueses, esses poderiam escravizar qualquer indígena desde que não do povo daquele e isso não era bem visto por Ajuricaba, ainda que fosse inimigo de outros povos indígenas. A colaboração de Ajuricaba aos holandeses foi inventada pelos membros do governo do Grão-Pará para receberem permissão dos portugueses para atacarem com poderio de fogo gigantesco os povos comandados por Ajuricaba. Os holandeses também eram exploradores e ajudaram na dizimação dos manaós e outros povos indígenas da região amazônica.

    Félix, Presidente da Nova Confederação do Rio Negro

  • by Ajuricaba Araujo de Azevedo postado 19/04/2023 02:34

    Tenho esse nome dado por meu pai em homenagem ao grande guerreiro manauara, sou natural de Itaberaba município bahiano onde foi encontrado os últimos remanescentes Manaús

    • by Turma do Plenarinho postado 19/04/2023 09:15

      Nossa, isso é muito legal, Ajuricaba! Abraços da Turma!

  • by Fernando postado 08/05/2023 20:37

    Esse citado Livro de Aço dos Heróis e Heroínas da Pátria é uma piada; foi totalmente desvirtuado. Estão ali inscritos vários que lutaram CONTRA a Pátria. Anita Garibaldi lutou contra o governo central. Antônio Conselheiro, idem, e vários outros vão pelo mesmo caminho. Esse Livro ficou tão ridículo que foram nele inscritos personagens por terem lutado contra Getúlio Vargas, mas ao mesmo tempo, o próprio Getúlio está lá inscrito! Ora! De qual Pátria estão falando? O próprio Ajuricaba é um herói de sua tribo que lutava contra a dominação portuguesa; não poderia ser considerado um herói da Pátria Brasil, até porque éramos colônia na época.

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