Aqualtune, a princesa guerreira

Ilustração com fundo em tons de cor de laranja. No centro, há uma mulher negra, com um adereço feito de tecido bege na cabeça e vestido bege de renda, colares e pulseiras cor de laranja. . A expressão dela é séria e uma de suas mãos toca seu rosto.

 

Não há informações sobre quando Aqualtune nasceu ou como foi a sua infância – o primeiro registro histórico a seu respeito já é à frente de 10 mil homens, lutando contra o exército português, em 1665. Filha do Rei do Congo, a princesa Aqualtune enfrentou bravamente os inimigos de seu povo, mas acabou derrotada. Como punição, foi capturada e enviada ao Brasil para ser escravizada.

Como era jovem e saudável, assim que chegou ao porto de Recife/PE, foi vendida com a indicação: boa para gerar muitos filhos. Seu destino: uma fazenda em Porto Calvo, onde hoje fica o Estado de Alagoas. Ali, viveu violências terríveis. Mas também ouviu falar pela primeira vez em Palmares, uma terra de africanos livres, que também era chamada de Angola Janga (“Minha Angola pequena”).

A gravidez avançada não a impediu de comandar uma fuga daquela fazenda rumo a Palmares. À medida que desbravaram a mata, mais negros se juntavam a eles, totalizando cerca de 200 pessoas. Ao chegar lá, Aqualtune assumiu papel de liderança. Os membros do quilombo a reconheceram, sim, como a princesa que era. Mas, mais do que isso, valorizaram seus conhecimentos políticos, organizacionais e de estratégia de guerra.

Aqualtune dedicou sua vida ao desenvolvimento do quilombo e à defesa de seu território contra invasores. Também foi mãe de importantes personagens na história de luta dos negros pela liberdade: os líderes Ganga Zumba e Ganga Zona, e Sabina, a mãe de Zumbi dos Palmares.

Os historiadores não chegaram a um consenso sobre como ela morreu. Alguns afirmam que foi durante um incêndio provocado por invasores do quilombo em 1677. Outros defendem que ela morreu de velhice. Controvérsias à parte, uma lenda africana diz que a princesa guerreira tornou-se imortal, e que seu espírito passou a acompanhar os quilombolas de Palmares.

Que a força e o exemplo de Aqualtune inspirem cada vez mais meninas e meninos no Brasil!

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6 Comentário(s)

  • by MELISSA DOS SANTOS RIBEIRO postado 05/05/2021 16:51

    Gostei muito da Aqualtune! Parabéns para quem registrou essa linda história!

    • by Turma do Plenarinho postado 05/05/2021 17:57

      Que bom que você gostou, Melissa! Aqualtune é, mesmo, uma inspiração! Abraços da Turma!

  • by Damião postado 06/04/2022 14:25

    Adoro a história de Aqualtune!
    Gostaria de receber mais informações sobre a sua história e outra história e irmãos de cor, que fizeram a diferença na vida de nosso povo.

  • by Maria Amélia Assis Alves Crivelente postado 30/05/2022 17:37

    COMO HISTORIADORA, GOSTARIA DE SABER, POR GENTILEZA, EM QUAIS DOCUMENTOS HISTÓRICOS, ENCONTRAM A COMPROVAÇÃO DE QUE A RAINHA NZINGA, ESTEVE NO PALMARES, E FOI MÃE DE ZUMBI.

    • by Turma do Plenarinho postado 30/05/2022 19:05

      Oi, Maria Amélia! Usamos como fontes de pesquisa o conteúdo disponível nos sites da Fundação Palmares e no portal Geledés. A informação que encontramos é que Zumbi é filho de Sabina e neto de Aqualtune. A Rainha Nzinga que encontramos em nossas pesquisas faleceu antes do primeiro registro histórico da existência de Aqualtune. Abraços da Turma!

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