Santos-Dumont

Ilustração com fundo roxo e o centro mais claro. Sobre a parte mais clara, Santos Dumont usa um chapéu branco de abas curtas, com uma faixa preta no meio. Ele tem bigode. Está de paletó preto, camisa branca e gravata vermelha

O inventor e aeronauta mineiro Alberto Santos-Dumont tornou-se conhecido como o “Pai da Aviação”.  Embora esse título seja contestado pelos EUA, que atribuem a invenção do avião aos irmãos Wright, norte-americanos, foi Santos-Dumont quem fez a primeira exibição pública de uma máquina de voar que não dependia de catapultas para se impulsionar nos céus.

Alberto nasceu em 20 de julho de 1873, filho de um engenheiro de origem francesa e de uma mineira pertencente a uma família muito rica. Sua cidade natal era Santa Luzia do Rio das Velhas/MG, que desde 1932 se chama Santos Dumont.

Ele sempre foi pequenino – adulto, tinha pouco mais de 1,5 m de altura. Na infância, entre os irmãos e primos, sempre perdia disputas que exigissem capacidade física. Talvez por isso tenha se tornado um leitor voraz. Seu autor preferido era Júlio Verne, com suas obras que falavam de viagens fantásticas a bordo de máquinas mirabolantes.

Quando tinha quase 18 anos, seu pai, muito doente, o emancipou e deu-lhe a sua parte da herança, junto com um conselho: “Desista de ser doutor, vá estudar Mecânica”. Alberto prontamente obedeceu – mudou-se para Paris em 1891, onde prosseguiu com os estudos.

Na cidade-luz, Santos-Dumont encantou-se pelos balões de ar quente, que eram moda na época. Fez um, dois, trinta voos. Decidiu combinar suas duas paixões – o voo e as invenções – e criou seu primeiro balão, em 1898. A partir daí, foi um projeto atrás do outro, todos batizados com números (só pulou o 8 porque achava que o número dava azar).

Em um determinado momento, começou a pensar que balões tinham um problema: o fato de eles serem levados pelo vento, e não conduzidos pelos balonistas (os ‘pilotos’ de balão). Decidiu: sua máquina voadora precisava de um motor!

Em 1906, chegou ao protótipo 14 – um balão ao qual foi pendurado um aparelho experimental, que ficou conhecido como 14-Bis. Já ouviu esse nome, né? Foi com ele que Santos Dumont entrou para a história, em 23 de outubro de 1906, decolando com a primeira máquina capaz de levantar voo sem precisar ser catapultada.

Nessa altura, ele já era famosíssimo em todo o mundo, e um ídolo no Brasil. Em Paris, era conhecido carinhosamente como Petit Brèsilien, o pequeno brasileiro. E continuava mais criativo do que nunca – depois do 14-Bis, projetou quatro versões do aviãozinho Demoiselle (que quer dizer “senhorita” ou “libélula”, em francês). Com ele, passeou por toda a França. E, no tempo livre, ainda inventou o relógio de pulso.

Em 1909, no entanto, encerrou subitamente sua carreira de inventor. A esclerose múltipla, doença que o acompanhava há algum tempo, piorou e o impediu de continuar pilotando, o que o deixou muito infeliz.

Depois disso, passou seu tempo ora viajando pelo mundo, ora em Petrópolis/RJ, onde construiu uma casa conhecida como A Encantada, que hoje em dia é um Museu em sua homenagem.

Mas vivia muito deprimido. Sofria por não fazer mais o que amava, que era voar. Também doía-lhe ter que dividir a paternidade do avião com os irmãos norte-americanos. E o que dizer de ver sua invenção sendo usada como máquina de guerra? Era um golpe duro demais para ele.

Em 9 de julho de 1932, hospedado em um hotel no Guarujá/SP, acompanhou o início da Revolução Constitucionalista em São Paulo. Da janela do hotel, podia ver seu invento cruzando os céus para bombardear as forças paulistas. Foi a gota d’água. Cometeu suicídio, tendo sido encontrado sem vida no banheiro do hotel, em 23 de julho de 1932.

Santos-Dumont empresta seu nome a ruas, a um aeroporto e à cidade onde nasceu. É homenageado com monumentos em Paris, em Washington e em várias cidades brasileiras. Foi nomeado para a Academia Brasileira de Letras e inscrito no Livro dos Heróis da Pátria. Pequeno, só em altura. O Petit Brèsilien foi – e é – grandioso.

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