Di Cavalcanti

Di Cavalcanti é considerado um dos maiores pintores brasileiros de todos os tempos. Suas obras de cores vibrantes, formas sinuosas e temas tipicamente nacionais são destaque em museus e galerias em todo o mundo.

Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque, ou Di Cavalcanti, como ele assinava suas obras, nasceu em 6 de setembro de 1897, na cidade do Rio de Janeiro. E desde cedo revelou um talento extraordinário para as artes.

Aos 17 anos, pouco depois da morte de seu pai, começou a trabalhar fazendo ilustrações para a Revista Fon-Fon, uma publicação especializada em caricaturas e charges políticas. Dois anos depois, como os moços de seu tempo, foi atrás de uma profissão ‘respeitável’ e ingressou na faculdade de Direito.

O despertar do modernismo

1917 foi um ano marcante para Di Cavalcanti. Foi quando ele se transferiu para a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, passando a morar em São Paulo. Naquele ano, fez sua primeira exposição individual de caricaturas, se aproximou de intelectuais como os escritores Mário e Oswald de Andrade, frequentou o ateliê de Georg Elpons, pintor impressionista alemão, e conheceu o polêmico trabalho de Anita Malfatti. Logo, ele também começaria a se aventurar pelas telas e tintas.

Aliás, sabe de quem partiu a ideia de realizar um evento que reunisse artistas modernistas de diferentes modalidades em São Paulo? Foi dele mesmo, Di Cavalcanti. Ele criou o catálogo e o cartaz da Semana de Arte Moderna e participou dela com algumas obras.

Uma viagem marcante

Em 1923, Di Cavalcanti foi para a Europa pela primeira vez, e lá passou dois anos. Foi uma viagem transformadora: além de estudar na Academia Ranson, em Paris, conviveu com mestres da pintura contemporânea, como Pablo Picasso e Henri Matisse, entre outros.

A partir daí, sua obra ganhou um novo rumo. Nascia um novo Di Cavalcanti, cujo estilo conciliava a influência das novas tendências europeias, a temática nacionalista, a preocupação com as questões sociais e uma linguagem visual própria, rica, vibrante e curvilínea.

Preocupação social

A realidade sofrida dos trabalhadores, tema de tantas telas de Di Cavalcanti, foi uma preocupação constante em sua vida. Não à toa, ele se filiou ao Partido Comunista do Brasil em 1928. Por seu posicionamento político, ele seria perseguido muitas vezes ao longo de sua carreira.

As muitas musas do pintor

Di Cavalcanti amava a vida boêmia, o carnaval, as mulheres. Ah, as mulheres! Em cada década, ele elegia a sua musa, a quem retratava em muitas obras. A primeira foi Maria, com quem se casou em 1921; a segunda, a pintora Noêmia Mourão, que se tornou sua esposa em 1933; a terceira, Zuíla, a quem ele pintou muitas vezes enquanto ainda estava com Noêmia; a quarta, Beryl Tucker Gilman, sua companheira da década de 1950 e mãe de Elizabeth, sua filha adotiva; a quinta, Ivete Bahia Rocha, com quem viveu em Paris na década de 1960; e a derradeira musa, a modelo e atriz Marina Montini.

Reconhecimento dentro e fora do Brasil

Ao longo de sua carreira, Di Cavalcanti teve seu talento reconhecido e apreciado nacional e internacionalmente. Recebeu incontáveis premiações, como a medalha de ouro na Exposição de Arte Técnica em Paris, em 1937; o 1º prêmio na Mostra de Arte Sacra de Trieste, em 1956; os prêmios ABCA e Moinho Santista, na década de 1970. Recebeu os títulos de Patriarca da Pintura Moderna Brasileira e de doutor honoris causa da Universidade Federal da Bahia.

Di Cavalcanti faleceu em 26 de outubro de 1976, mas seu nome permanece vivo na arte brasileira – tão vivo quanto as cores que ele pintou.

Curiosidades

Di Cavalcanti era sobrinho de um importante abolicionista: José do Patrocínio! O Tigre da Abolição era casado com a irmã de Dona Rosalia, mãe do pintor.

No Salão Verde da Câmara dos Deputados, há um enorme painel de Di Cavalcanti. Chamado de “Candangos”, ou “Alegoria de Brasília”, ele tem 8,81 m x 2,83 m e não está datado nem assinado. Di Cavalcanti comprometeu-se a assiná-lo quando viesse visitar a Casa, o que nunca aconteceu. Você pode apreciá-lo agora, na visita virtual.

Reprodução autorizada desde que contenha a assinatura "plenarinho.leg.br - Câmara dos Deputados" e não seja para fins político-partidários

2 Comentário(s)

  • by Halana postado 31/05/2022 06:40

    Olá bom dia! Gostaria de usar a arte inicial desse artigo em um trabalho acadêmico, como posso citar o(s) artista(s) responsável?

    • by Turma do Plenarinho postado 31/05/2022 13:12

      Oi, Halana! A forma correta de creditar nossas imagens é: “Fonte: Plenarinho/Câmara dos Deputados – plenarinho.leg.br/”. Abraços da Turma!

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