Oscar Niemeyer

“Não é o ângulo reto que me atrai. Nem a linha reta, dura inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar…”. A inspiração nas formas naturais deu origem ao estilo inconfundível dele, que foi um dos maiores arquitetos do Brasil e um dos grandes nomes da arquitetura moderna mundial. São mais de 600 obras, que misturam concreto, vidro, curvas e vãos livres, espalhadas pelo Brasil e pelo mundo.

Oscar Niemeyer nasceu no Rio de Janeiro em 1907 e se casou aos 21 anos com Anita Baldo. Foi nessa época que começou a trabalhar na tipografia do pai, e lá surgiu a paixão pelo desenho. Entrou para a Escola Nacional de Belas Artes, onde se formou em arquitetura em 1934. No mesmo ano, começou a fazer estágio no escritório do grande arquiteto e urbanista Lúcio Costa.

Dois anos mais tarde, trabalhou com o famoso arquiteto modernista franco-suíço Le Corbusier. Juntos, projetaram a sede do Ministério da Saúde, que é hoje o Palácio Gustavo Capanema, em sua cidade natal.

Em 1940, foi convidado por Juscelino Kubitschek, então prefeito da cidade de Belo Horizonte, para criar o Conjunto da Pampulha, sua primeira grande obra. Daí pra frente, ele não parou mais. Projetou parte da nova sede da Organização das Nações Unidas, a ONU, em Nova Iorque; recebeu o título de membro honorário da Academia Americana de Artes e Ciência.

Por sua genialidade, acabou sendo convidado por Juscelino Kubitschek, agora presidente do Brasil, para participar da construção da nova capital do País. Indicado para o cargo de Diretor Departamento de Urbanismo e Arquitetura da Novacap, foi um dos encarregados de organizar o concurso que escolheria o projeto de urbanismo de Brasília. O desenho vencedor foi aquele que dizem ter formato de avião, idealizado pelo também arquiteto Lúcio Costa.

Entre os anos de 1957 e 1958, executou os projetos de vários prédios importantes, que conhecemos bem: os palácios do Congresso Nacional, da Alvorada e do Planalto e o Supremo Tribunal Federal, em Brasília. Aliás, sabia que a capital federal é a cidade com mais obras de Niemeyer? Merecem destaque a Catedral Metropolitana, o Teatro Nacional e muitas outras. A última delas, inaugurada em 2012, é a Flor do Cerrado, nome popular da Torre de TV Digital.

Depois de Brasília, a cidade de Niteroi, no estado do Rio de Janeiro, é a que abriga a maior quantidade de projetos do arquiteto. É lá que existe o Caminho de Niemeyer, onde várias de suas obras, como o famoso Museu de Arte Contemporânea, podem ser vistas em um complexo que se estende por 11 quilômetros pela orla da cidade.

Sua brilhante carreira não ficou só na arquitetura. Além das tantas construções espalhadas pelo Brasil e por várias capitais do mundo, esculturas, gravuras, livros e até móveis também levam sua assinatura.

Niemeyer recebeu dezenas de homenagens e prêmios. Além de também ter sido indicado para ser membro honorário do Real Instituto de Arquitetos Britânicos na Inglaterra, recebeu o prêmio Lênin da Paz, na então União Soviética, o Pritzker de arquitetura nos Estados Unidos, e o Prêmio Príncipe das Astúrias, na Espanha.

E, com uma vida tão longa, deu tempo até de casar pela segunda vez, aos 98 anos, com Vera Lúcia, 2 anos depois de ficar viúvo de Anita, com quem foi casado por 76 anos. Oscar Niemeyer faleceu em 5 de dezembro de 2012, aos 104 anos. Mas não duvide: se vivesse mais tempo, continuaria nos espantando com seu talento e inventividade.

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