Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, é considerado o maior artista e arquiteto do período colonial brasileiro. Mineiro de Vila Rica (atual Ouro Preto), nasceu em 29 de agosto de 1738. Era filho de Isabel, mulher negra escravizada, e do carpinteiro português Manuel Francisco Lisboa.
Antônio foi uma criança muito curiosa. Adorava passar seu tempo na oficina do pai, onde aprendeu desenho, arquitetura, ornamentos e a sua expressão artística preferida, a escultura. Aos doze anos, entrou para o internato do Seminário dos Franciscanos Donatos do Hospício da Terra Santa, ali mesmo, em Vila Rica, onde estudou gramática, latim, matemática e religião. Sairia de lá em 1759.
Antes mesmo de sair do internato, Antônio começou a fazer seus primeiros projetos de arquitetura e escultura. Por ser mestiço e bastardo, enfrentou alguma resistência. Mas logo a qualidade técnica e artística de seu trabalho falou mais alto, e ele passou a ser disputado por congregações religiosas, que competiam para ver quem construía a Igreja mais bonita.
Doença
Antônio Francisco Lisboa entrou para a História como Aleijadinho. Esse apelido veio de uma doença que o deixou deformado. Que doença? Ninguém sabe ao certo, mas que era grave, isso era. Com mais ou menos 40 anos de idade, lá por 1777, o nosso artista foi vítima de uma enfermidade que o fez perder os movimentos das mãos e dos pés. Mas quem pensa que ele desistiu está redondamente enganado. Apesar das dores terríveis que sentia, Aleijadinho continuou a trabalhar com os instrumentos amarrados nos punhos!
Com a doença, o escultor se fechou no seu mundo. De alegre e extrovertido, passou a ser triste e amargurado. Além de afetar mãos e pés, a doença também entortou seu rosto. Sua aparência assustava as pessoas. Por isso, saía de casa somente quando necessário, coberto por uma capa e usando um chapéu de abas bem longas.
No fim de sua vida, ele ainda trabalhava muito; só deixou sua oficina em 1812, quando perdeu a visão. Morreu em 18 de novembro de 1814, pobre e doente, na cidade onde nasceu.
Obra
As obras de Aleijadinho, que ficam no interior e nas fachadas de igrejas de Minas Gerais, incluem estátuas, lavabos e esculturas. No mundo todo, apaixonados pela arte respeitam muitíssimo a imagem e a luta desse mineiro superbatalhador. Aleijadinho é comparado aos grandes mestres italianos, mesmo sem nunca ter saído do Brasil.
Os especialistas em obras de arte costumam dividir a produção de Aleijadinho em duas fases: na primeira, anterior à doença, suas obras refletiam a alegria de sua juventude. São dessa época a Igreja de São Francisco de Assis (um dos exemplos mais notáveis do barroco internacional), a Igreja Nossa Senhora das Mercês e Perdões (as duas na cidade de Ouro Preto).
Na segunda fase, depois da doença, a obra do artista é triste, amargurada e sofrida. É deste período o conjunto de esculturas Os Passos da Paixão e Os Doze Profetas, da Igreja Bom Jesus de Matosinhos, na cidade de Congonhas do Campo.
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2 Comentário(s)
adorei!!! o assunto é bem legal!
A gente também adora o barroco mineiro e Aleijadinho, Gabriel! Abraços da Turma!
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