Sementes plantadas pelo Câmara Mirim

Muita gente não sabe que o Câmara Mirim vai bem além dos dois dias de trabalhos presenciais. Antes de virem para Brasília, os/as estudantes avaliam os projetos selecionados com muita atenção, discutem as ideias em sala de aula, e elaboram as emendas apreciadas durante os trabalhos presenciais.

Em Águas Lindas de Goiás (GO), a preparação para o evento foi feita nas aulas de duas disciplinas desde o primeiro semestre. “Os preparativos foram muito articulados com as aulas de História e Geografia, principalmente, porque analisamos o projeto sobre saneamento básico. O trabalho foi estruturado entre professores e coordenação pedagógica, tentando trazer outras referências, o conceito de saneamento, a realidade do projeto do Ícaro, que é de Pernambuco, mas também considerando a nossa realidade, com as emendas”, detalha a professora Camila Beatriz, do Colégio Estadual Maria do Carmo Lima.

Camila participou do Câmara Mirim pela primeira vez neste ano, junto com oito estudantes. A educadora classifica como marcante a experiência vivida no programa. “Trouxe uma noção prática de como a gente constrói políticas públicas. É uma experiência que todos vão levar para o resto da vida e que talvez até os levem a repensar suas experiências profissionais”, avalia. 

Espaço de escuta

Já em Ceilândia (DF), a preparação para o Câmara Mirim proporcionou um precioso espaço de escuta para a comunidade escolar. “O processo mobilizou alunos e a escola como um todo. Quando a escola se coloca mais sensível para ouvir os estudantes, a gente consegue identificar que eles têm muito a falar e eles se sentem mais à vontade para expor suas ideias, justamente porque a gente, como escola, se colocou em uma postura de acolhimento da voz deles, que é algo que falta um pouco no ensino fundamental, justamente quando estão se tornando adolescentes, quando mais precisam se expressar e não encontram espaço para serem ouvidos”, observa o psicólogo escolar André Pereira dos Santos, do Centro de Ensino Fundamental 11 de Ceilândia.

André ressalta que o Câmara Mirim é um projeto que consegue unir a parte pedagógica com uma experiência muito significativa para os jovens. “O programa cria memórias, promove socialização com outros estudantes, os tira da realidade deles para mostrar que o mundo é muito maior, muito mais complexo e cheio de desafios, mas que eles podem ser atuantes na busca por soluções para esses desafios”, arremata.

Mais do que simular o trabalho parlamentar, o objetivo do Câmara Mirim é justamente este: estar presente nas escolas ao longo de todo o ano estimulando o debate, os aprendizados coletivos, o fortalecimento das relações e o desenvolvimento do potencial de cada estudante como agente da mudança que pretende ver no mundo.

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