Câmara Mirim revela projetos de interesse social

Ilustração. Fundo em diferentes tons de azul. No centro, a Turma do Plenarinho está sentada atrás de um mesa. Sobre a mesa, papeis brancos. Zé Plenarinho mostra para Légis um desses papeis. Acima , no canto esquerdo, está escrito, em amarelo, Câmara Mirim.

As crianças mostram criatividade e sensibilidade em relação às pessoas mais vulneráveis na sociedade.
Como consta do regulamento do Câmara Mirim, apenas três projetos puderam ser escolhidos e votados; mas, entre os que não foram selecionados, surgiu muita coisa legal. É o caso dos projetos mirins listados a seguir, que buscaram garantir que todos tenham sua dignidade respeitada.

Obesidade

A aluna Maria Fernanda Guardabaixo, do 7º ano, da cidade de São José do Rio Pardo, estava preocupada com a integração de pessoas obesas em serviços de saúde, como o atendimento odontológico. Ela sugeriu em seu projeto que “todo consultório dentário deve possuir cadeiras apropriadas para atender pacientes obesos”.

A ideia nasceu a partir de um drama que ela vive dentro de casa. O pai da Maria Fernanda sofria com o problema da obesidade e quando ia ao dentista ou precisava de qualquer tipo de atendimento médico, tinha dificuldades para ser atendido.

Maria Fernanda sugeriu, ainda, que “as ambulâncias deveriam ter macas maiores e mais reforçadas para atender essas pessoas. Segundo sua justificativa, “pessoas obesas já sofrem constrangimento por suas condições, e quando se veem em uma situação difícil, como não poder ser atendido em alguns consultórios, quebrando cadeiras em público, entre outros, elas sofrem muito mais. Assim, devem ter seus direitos para se integrarem na sociedade”.

A estudante de 13 anos, estudante do Colégio Santa Inês, contou que era a primeira vez que ela enviou um projeto para o Câmara Mirim e que gostou muito de participar do programa. Ela também é fã do portal e sempre que pode dá uma olhadinha nas novidades do Plenarinho. Parabéns a ela e à escola pela participação e pela boa ideia que apresentou.

Academias para pessoas com deficiência

Um outro projeto aponta a necessidade de oferecer academias de ginástica para pessoas com algum tipo de deficiência. O aluno Guilherme Ornelas Monteiro, do 6º ano, de uma escola de Brasília, defendeu em seu projeto que “todas as academias atléticas e esportivas deverão ter aparelhos preparados para receber os deficientes visuais, auditivos e cadeirantes”.

Na justificativa da sua proposta, o estudante apontou uma série de dificuldades. “Não há profissionais treinados, não há vagas suficientes nos estacionamentos para deficientes, calçadas e rampas para os cadeirantes e meios para facilitar a vida dos deficientes visuais. Os professores e treinadores das academias deveriam saber se comunicar utilizando a linguagem de sinais, porque ajudaria também os deficientes auditivos, fazendo com que eles possam praticar atividades físicas.”

Táxis especiais

Também na mesma linha de integrar e facilitar a vida das pessoas com deficiência, a estudante da 6º ano de Brasília, Isadora Martins Pereira, sugeriu em seu projeto que “todas a empresas de táxi deverão ter 10% de sua frota com carros especialmente adaptados para cadeirantes”.

De acordo com a proposta, “os táxis deverão adaptar uma pequena rampa móvel para que o cadeirante possa entrar e sair do veículo com facilidade, uma porta de correr para a cadeira passar e um cinto de segurança apropriado”.

Na justificativa do projeto, ela argumentou que “os ônibus não pegam os cadeirantes no lugar onde estão e os levam para o lugar onde querem ir, por isso eles têm de percorrer uma certa distância. Seria mais fácil se pudessem, como qualquer cidadão, pegar um táxi, mas como eles não são adaptados fica complicado”.

Isadora, estudante do Colégio Mackenzie, contou ao Plenarinho que percebeu que os cadeirantes ficam muito limitados no seu direito de “ir e vir” porque não existia táxi adaptado para cadeirante em Brasília. E todos deveriam ter esse direito. Isadora também acessa o nosso portal e é fã dos nossos joguinhos.

Banheiros públicos

A aluna do 5º ano de Bebedouro (SP), Maria Rita Faustino Costa, propôs em seu projeto que “todos os lugares públicos, como praças, ciclovias, locais para caminhada, praias e pontos comerciais, deverão ter banheiros públicos, abertos 24h”.

Na sua justificativa a estudante argumentou que “os lugares públicos com concentração de comércio ou lazer têm grande frequência da população e carecem de banheiros públicos”. Essa falta fere a dignidade humana, pois trata-se de uma necessidade básica.

Ela mesma, segundo contou ao Plenarinho, “já passou muito aperto”. Segundo ela, a cidade não oferece este tipo de apoio aos moradores, e quando saía com sua mãe para passear ou fazer compras sentia falta de um bom banheiro público. “Até as pessoas mais idosas que querem sair de casa”, explicou, “ficam desanimadas, com medo de precisarem usar um banheiro e não encontrar”. Maria Rita, com apenas 10 anos,  já se preocupava com o bem-estar das pessoas. Ela também gosta de navegar pelo Portal Plenarinho e acompanhar as novidades.

Palavra de parlamentar

Na época em que era deputada, Teresa Surita fazia parte da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente. Ela tomou conhecimento dos projetos e elogiou a iniciativa dos estudantes. “Os projetos da Maria Fernanda, do Guilherme e da Isadora são importantes por se preocuparem em dar condições iguais a pessoas com obesidade e com deficiência, cidadãos que geralmente sofrem por não se adequarem ao que a sociedade determina como padrão”, ressaltou a parlamentar. Segundo ela, ” essa preocupação em formarmos uma sociedade mais igualitária deve, sim, estar presente em nosso dia a dia”.

“A ideia da Maria Rita (dos banheiros públicos) também é importante”, reconheceu. “É preciso, sim, pensarmos no bem estar da população que frequenta os mais diferentes espaços públicos. Essa iniciativa não deixa de ser uma preocupação com a qualidade de vida das pessoas.” No conjunto, ela concordou que todos eles contribuem para termos um país melhor e mais justo.

Todos esses projetos têm uma coisa em comum muito importante: de uma forma ou outra, todos eles pedem por mais cidadania e respeito ao ser humano. Nós aqui do Plenarinho vamos levar essas ideias aos nossos parlamentares e torcer para que todos esses direitos possam virar lei um dia!

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