D. João VI e a Independência do Brasil

Ilustração: Fundo em tons claros de verde e laranja. No centro da imagem, aparece um homem em pé. Ele tem cabelos e costeletas grisalhos, olhos castanhos e um leve sorriso no rosto. Usa capa vermelha com detalhe branco e bolinhas pretas na altura do pescoço. Por baixo da capa, veste um sobretudo preto sobre camisa dourada. O homem usa uma faixa com listras azul, laranja e verde que atravessa a parte da frente do tronco diagonalmente do ombro até a cintura, veste calça branca com sapatos pretos. Uma das mãos do homem segura a capa e a outra ele e apoia um cetro sobre um banco acolchoado coberto com uma toalha vermelha com detalhes dourados. Sobre o banco, está uma grande coroa dourada com detalhes em vermelho.

Em 6 de fevereiro de 1818 houve grande festa na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Foi a aclamação de D. João VI como Rei do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, d’Aquém e d’Além-Mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc.

A aclamação marcou a consolidação de um Império e a fundação do Estado Brasileiro, influenciando, de modo inegável, os acontecimentos que levaram à Independência do Brasil.
A família real havia saído de Portugal em 1808, rumo ao Brasil. Ao sentir que havia deixado para longe as ameaças francesas e as pressões inglesas, D. João, que era Príncipe Regente, sentiu-se forte e soberano, numa grande nação à espera de um governante.

Ações de D. João no Brasil

Havia muita coisa a ser feita. Dom João abriu os portos brasileiros, que haviam sido fechados anteriormente por Portugal para se livrar dos invasores. Agora, os estrangeiros das nações amigas poderiam desembarcar no território brasileiro e comercializar produtos.

Dom João também procurou retirar os obstáculos que impediam o desenvolvimento do Brasil-Colônia. Revogou o antigo decreto que impedia a existência de indústrias. Também liberou o plantio antes proibido de oliveiras e amoreiras e permitiu a comercialização do trigo do Rio Grande do Sul.

O Príncipe Regente criou uma escola de cirurgia na Bahia e outra no Rio de Janeiro, que ganhou ainda um curso de economia. Criou o Jardim Botânico. Fundou o Observatório Astronômico, um pequeno museu mineralógico e a Biblioteca Pública. A Imprensa Régia começou a funcionar, imprimindo livros científicos e de literatura e um jornal, A Gazeta do Rio de Janeiro. Instalou diversos órgãos administrativos, como ministérios, conselhos e tribunais. Para aparelhar as forças armadas de maneira eficaz, criou uma fábrica de pólvora, a Academia de Marinha e a Academia Militar.

Incentivo à cultura

O rei admirava e respeitava a cultura. Incentivou a criação de escolas, museus, bibliotecas. Em 1816, foi criada a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios (Escola de Belas Artes). Para organizá-la, veio ao Brasil a Missão Artística Francesa, composta, entre outros, por Jacques Lebreton, Taunay, Grandjean de Montigny, Debret. A presença desses artistas deu novo impulso à vida cultural da Corte.

Reino do Brasil

Em 1815, Dom João decretou que o estado do Brasil passaria a se chamar Reino do Brasil. Se a libertação econômica em relação a Portugal tinha acontecido em 1808, com a abertura dos portos, a libertação política vinha agora. Missas de ação de graças, bandas de música, foguetes, festejos mostravam a alegria da população e a satisfação do monarca.

Desde 1812, as tropas francesas, que forçaram a vinda da família real para o Brasil, já haviam deixado Portugal. Com a elevação da colônia a reino, os portugueses puderam perceber a intenção do rei em permanecer na América e o pressionaram para que retornasse à Europa. Dom João reagiu, mostrando sua determinação em consolidar o Reino do Brasil e o Império que aqui veio fundar, ao escolher o Rio de Janeiro para ser palco de sua aclamação como Rei.

Fonte: Texto “Duzentos anos de Independência – 2018 – Duzentos anos da Aclamação del Rey D. João VI. Passos para a Construção da Nação”. Texto base para os eventos relacionados aos festejos na Câmara dos Deputados – 2018. José Theodoro Mascarenhas Menck.

Reprodução autorizada desde que contenha a assinatura "plenarinho.leg.br - Câmara dos Deputados" e não seja para fins político-partidários

Comente!

Seu endereço de email não vai ser publicado. Campos marcados com * são exigidos