Nise da Silveira foi uma médica psiquiatra que revolucionou o tratamento para pessoas com transtornos mentais.
Nascida em Maceió, em 15 de fevereiro de 1905, era a estudiosa filha de uma pianista e de um professor de matemática.
Formou-se na Faculdade de Medicina da Bahia em 1926 – a única mulher numa turma de 157 alunos.
Quando começou a trabalhar num hospital psiquiátrico, Nise foi contra as formas agressivas de tratamento, como o isolamento e o eletrochoque. Muitas vezes, os doentes mentais sofriam maus-tratos e rejeição, e não eram vistos como seres humanos. Nise passou a cuidar deles, descobrindo diversas maneiras de dar-lhes voz e dignidade.
Arte, animais e saúde mental
Uma das descobertas de Nise foi o uso da arte como forma de expressão dos pacientes, que nem sempre conseguiam se comunicar por meio de palavras. Ela observou que muitos deles desenhavam mandalas (formas circulares), e resolveu escrever para Carl Jung, respeitado psicólogo suíço. Jung sugeriu que ela fizesse uma mostra das obras dos pacientes, exibida também na Suíça. Hoje, o prédio do instituto que leva o nome de Nise, no Rio de Janeiro, abriga mais de 350 mil obras (“imagens do inconsciente”) de artistas com problemas mentais.
Nise também foi pioneira na pesquisa sobre o auxílio que os animais podem oferecer aos pacientes, por meio de vínculos emocionais.
Durante o Estado Novo, Nise foi presa, acusada de comunismo, que na época era proibido.
Nise foi uma mulher bem à frente de seu tempo, reconhecida internacionalmente por sua postura humanista e pela inestimável contribuição para a psiquiatria, com livros e artigos científicos.
Esta é uma de suas recomendações: “Todo mundo tem um pouco de loucura. Vou lhes fazer um pedido: vivam a imaginação, pois ela é a nossa realidade mais profunda”.
Ela morreu no Rio de Janeiro em 1999. E, em 8 de julho de 2022, teve seu nome inscrito no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, um livro de aço que fica exposto no Panteão da Pátria e da Liberdade, monumento localizado na Praça dos Três Poderes, em Brasília/DF. O livro homenageia homens e mulheres que se sacrificaram em defesa da liberdade e da democracia no Brasil.
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