Um terço da humanidade comemora o Natal. Mas, durante muito tempo, a data nada teve a ver com o nascimento de Jesus. Era o dia de comemoração da Saturnália, festa pagã que marcava o solstício de inverno no Hemisfério Norte, que é o dia mais curto do ano. Ele marca lá o começo do inverno e cai no dia 22 ou 23 de dezembro.
Diferente da morte e ressurreição de Cristo, que coincidem com a Páscoa judaica, até hoje não há indicações precisas a respeito do nascimento do Menino Jesus. Só no ano de 336 houve um acordo a respeito de seu aniversário. O responsável foi o Papa Júlio I, que tomou emprestada uma data próxima à da Saturnália e definiu quando devemos comemorar o Natal: de 24 para 25 de dezembro.
Presépios, pinheiros e Papai Noel
São muitos os símbolos natalinos. Antes mesmo de chegar dezembro, eles já começam a invadir ruas, lojas, residências, escolas, a TV, a internet… E cada um desses símbolos tem uma tradição diferente, que acaba se espalhando por várias partes do mundo. O pinheirinho, por exemplo, vem da cultura germânica. O costume de enfeitar essa árvore no Natal foi difundido por protestantes na época da Reforma de Martinho Lutero, no século XVI.
Papai Noel
O Papai Noel é inspirado em São Nicolau, santo que viveu na atual Turquia no século quatro. São Nicolau distribuía presentes às crianças e sopa aos pobres na época do Natal. E foi o desenhista norte-americano Thomas Nast quem criou a imagem do “Bom Velhinho”: roupas e gorro vermelhos, barba e cabelos brancos, saco de presentes nas costas. O Papai Noel tornou-se popular a partir de 1931, quando a Coca-Cola usou o personagem em uma propaganda.
Presépio
O mais antigo símbolo natalino adotado no Brasil é o presépio, criado por São Francisco de Assis em 1223. Em Greccio, a 65 km de Roma, o santo montou uma representação do nascimento de Cristo em argila, e a tradição se espalhou pelo mundo católico. O costume chegou ao Brasil no início do século XVII (dezessete). Foi o franciscano Gaspar de Santo Agostinho quem montou o primeiro presépio em Olinda, Pernambuco.
Entre nós, o presépio tomou feições próprias. Podemos encontrar presépios de barro, madeira, casca de coco, papel, palha de milho, osso, pano, ferro, tijolo… Os católicos costumam montar presépio nas igrejas e em casa, representando pelo menos a Sagrada Família: a mãe de Jesus, Maria; o pai de Jesus, José; e o menino Jesus.
Os presépios são muito populares nas zonas rurais do Nordeste, Centro Oeste, Minas e São Paulo. O Vale do Paraíba é a região com mais tradição na arte dos presépios. Para dar conta da demanda, os artesãos iniciam a produção em setembro!
Alguns artistas brasileiros ganharam fama internacional com seus presépios. Um deles foi Mestre Vitalino (1909-1963), que nasceu em Caruaru, Pernambuco, nunca aprendeu a ler e só começou a assinar suas obras depois que se tornou famoso. É o maior símbolo do artesanato em barro no Brasil. Suas peças estão até no Museu do Louvre, em Paris!
O Presépio Napolitano tem 1620 peças e é um dos três maiores exemplares do gênero no mundo. Foi construído no século XVIII (dezoito) por artesãos de Nápoles, Itália. No final dos anos 1940, chegou às mãos do empresário Ciccillo Matarazzo, que o doou para a cidade de São Paulo. O conjunto está em exposição no Museu de Arte Sacra de São Paulo. Você já teve a oportunidade de conhecer a obra?
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