Transplante e doação de órgãos

O nosso corpo é mesmo uma máquina incrível. Tudo funciona de forma ajustada e complementar. Mas o que fazer quando uma das peças, como o coração, o rim ou outro órgão, não funciona como deveria?! A solução, plenamigo, pode ser o transplante, uma cirurgia que troca o órgão ruim por outro que esteja saudável!

Foram necessários muitos anos de estudo e pesquisa para desenvolver a técnica; afinal, a operação não é nada simples. Para você ter uma ideia, o primeiro transplante da história foi realizado na África do Sul, em 1967. Aqui no Brasil, o pioneiro foi o médico Euryclides de Jesus Zerbini, que transplantou um coração no dia 26 de maio de 1968. Em nenhum dos casos, quem recebeu o órgão sobreviveu por muito tempo. Por quê? A gente já explica.

Quando o transplante é possível

Na maioria dos casos, o transplante é feito com o órgão de pessoas que tiveram morte cerebral. Nessa situação, o coração ainda bate, mas o cérebro, por conta de um derrame ou acidente de carro, por exemplo, sofreu um machucado tão grande que a recuperação é impossível. Se houver morte cerebral de um paciente, seus órgãos podem ser transplantados para outra pessoa.

Mas pode haver transplante de órgãos entre pessoas vivas? Sim! Isso é possível porque temos alguns órgão em pares, caso dos rins, e outros dos quais é possível doar um pedaço, como o fígado e a medula óssea, por exemplo.

Por ser um procedimento de muito risco, qualquer transplante só é recomendado quando todos os outros tratamentos possíveis não dão certo!

Como é feito

A doutora Daniela Ferreira, que na época desta entrevista* era coordenadora da Associação Brasileira de Transplantes de Órgão no DF, explicou que cada tipo de transplante tem seus requisitos. Para receber um coração, por exemplo, é preciso ter peso e altura compatíveis com o doador. E cada cirurgia tem uma recuperação diferente. Por exemplo, a recuperação costuma ser bem tranquila na especialidade da doutora Daniela, o rim. “Não é preciso nem ir para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI)”. Já os transplantes de coração e fígado, por serem mais delicados, precisam de maiores cuidados depois da operação.

Rejeição

No começo da matéria, a gente disse que os primeiros transplantados não sobreviveram muito tempo depois da cirurgia. Isso aconteceu porque o organismo das pessoas rejeitou o órgão novo. O corpo de quem recebe não reconhece aquela “peça” e trata de atacar a novidade.

Caramba! Quer dizer então que mesmo quando der certo, o corpo do transplantado vai ficar lutando contra o novo órgão? Não, não! Existem medicamentos, chamados de imunossupressores, que servem justamente para acalmar o sistema de defesa do corpo. Só que se a rejeição for muuuuito grave, eles não dão conta do recado.

Pessoas que passaram por um transplante precisam ter muito cuidado com sua saúde. Elas são grupo de risco para determinadas doenças infectocontagiosas e também em uma situação como a da pandemia da Covid-19.

Debate

Plenamigo, papo sério: A doação de órgão pode salvar muitas vidas. Mesmo assim, algumas famílias não gostam muito da ideia. Diante da dor de perder alguém querido, elas preferem não autorizar a doação, ou pedem tempo para decidir. O problema é que não dá para esperar muito… A cirurgia tem que acontecer logo. Por isso, é importante que as famílias, inclusive as crianças, conversem sobre o assunto.

Transplantes e crianças

Crianças? O que as crianças têm a ver com isso? Muita coisa! Há vários meninos e meninas na fila para receber órgãos e ter uma vida melhor. Preocupado com isso, em 2009, o Ministério da Saúde publicou uma portaria que regulamentou o Sistema Nacional de Transplante. Uma das principais mudanças foi que pacientes com menos de 18 anos passaram a ter prioridade. Agora, crianças e adolescentes ocupam o topo da fila para receber órgãos de doadores da mesma faixa etária.

*Entrevista realizada em 2008.

Reprodução autorizada desde que contenha a assinatura "plenarinho.leg.br - Câmara dos Deputados" e não seja para fins político-partidários

Comente!

Seu endereço de email não vai ser publicado. Campos marcados com * são exigidos