Dulcina de Moraes

Dulcina de Moraes é considerada a maior atriz de teatro brasileira de todos os tempos. Os números impressionam: ela estrelou 121 peças e dirigiu 93, todas elas grandes sucessos.

O teatro sempre foi a sua razão de viver – desde o berço! Filha de Átila e Conchita de Moraes, ela nasceu em 3 de fevereiro de 1908, na cidade de Valença/RJ, durante uma excursão do grupo teatral de que os pais faziam parte.

Desde bebê, Dulcina vivia nas coxias dos teatros, acompanhando os pais. Não tardou para que ela se arriscasse como atriz. Sua estreia como protagonista se deu quando ela tinha apenas 15 anos. A peça era “Travessuras de Berta”, e foi um sucesso estrondoso.

Daí em diante, integrou as mais importantes companhias teatrais até criar a sua própria, em 1935, junto com o marido, Odilon Azevedo, com quem se casou em 1931. A Cia. Dulcina-Odilon foi responsável por êxitos memoráveis nos palcos nacionais.

Uma artista multitalentosa

Dulcina desenhou uma carreira majestosa de atriz nos palcos, sagrou-se diretora e gestora da Cia. Dulcina e Odilon, fez sucesso internacional, trouxe novos autores ao Brasil (Garcia Lorca é um deles), revelou talentos e abriu a primeira instituição de nível superior dedicada ao teatro.

Ela dominava como ninguém o que os atores chamam de “tempo de comédia”, isto é, a piada ou gesto engraçado feitos no momento perfeito para causar gargalhadas na plateia. Seu jeito de interpretar, suas expressões faciais e a gargalhada característica influenciaram gerações de atrizes.

Formando novos talentos

Em 1955, Dulcina realizou um grande sonho, com a criação da Fundação Brasileira de Teatro (FBT), um centro de formação profissional para atores e atrizes. Ela dedicou o resto de sua vida e todas as suas economias a esse projeto.

A mudança para a capital federal

Dulcina veio apresentar-se em Brasília por ocasião do aniversário de 3 anos da cidade, em 1963. Foi amor à primeira vista. Mudou-se definitivamente para a cidade em 1972, levando junto sua amada Fundação.

Foram quase dez anos de espera, mas finalmente, em 1982, ela inaugurou a Faculdade de Artes Dulcina de Moraes, bem no centro de Brasília. A partir daí ela passou a dedicar-se exclusivamente a dar aulas de teatro na faculdade.

Dulcina faleceu em 28 de agosto de 1996, em Brasília. Foi uma mulher admirável, que deixou um grande legado para atores e público: humor, perseverança, profissionalismo e amor pelo teatro.

Heroína da Pátria

A incrível trajetória da artista levou seu nome a ser inscrito no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. “Dulcina de Moraes dedicou a vida à profissionalização da categoria artística do teatro, lutando pelos direitos e pela dignidade dos profissionais que nela atuam. Em reconhecimento a essa mulher admirável, a seu legado de respeito, profissionalismo, perseverança, cultura, delicadeza e amor pelo teatro e aos serviços prestados por essa grande atriz à Nação brasileira, sugerimos a inscrição de seu nome no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria”, justificou a autora da homenagem, deputada Benedita da Silva (PT/RJ).

O Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria é um documento que preserva os nomes de figuras que marcaram a história do Brasil. O chamado livro encontra-se no Panteão da Pátria, na praça dos Três Poderes, em Brasília.

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