Tereza de Benguela

Ilustração com fundo em tons de amarelo e laranja. No centro da imagem, da cintura para cima, aparece uma mulher negra, de cabelos pretos e presos. Ela sorri e veste uma blusa vermelha sem alças e sem mangas.

Sabia que o Brasil já teve uma rainha negra? Ela foi uma líder corajosa, que governou com mão de ferro o Quilombo do Quariterê entre 1750 a 1770.

Não se sabe ao certo quando Tereza de Benguela nasceu, nem a sua origem – há quem diga que ela veio de Angola, outros afirmam que ela nasceu aqui. O que se sabe é que ela se casou com José Piolho, líder e fundador do Quilombo do Quariterê, que ficava na região do Vale do Guaporé, em Vila Bela da Santíssima Trindade, onde hoje é o Estado do Mato Grosso.

Em 1750, José Piolho morreu e Tereza o sucedeu. Imagine só, uma mulher líder de um quilombo! Pois Tereza provou que era capaz. Olha só o que se dizia sobre ela naqueles tempos:

“A rainha Tereza governava esse quilombo a modo de Parlamento, tendo para o conselho uma casa destinada, para a qual, em dias assinalados de todas as semanas, entravam os deputados. Isso faziam, tanto que eram chamados pela rainha, que era a que presidia e que naquele negral Senado se assentava, e se executavam à risca, sem apelação nem agravo”. (Anal de Vila Bela de 1770)

Tereza protegia os seus domínios com unhas, dentes e armas – ela reforçou as defesas do quilombo com armamento adquirido a partir de trocas ou tomado de quem era derrotado em conflitos. E ai do quilombola que saísse da linha e colocasse em risco a segurança do Quariterê! Rainha Tereza era muito severa e ordenava castigos terríveis.

A vida no quilombo era próspera. A produção agrícola era muito farta, e o excedente era trocado na vila por outras mercadorias. Em seu auge, a população chegou a 300 pessoas, incluindo também índios e mestiços.

Infelizmente, o Quariterê incomodava o governo escravagista por ser econômica e militarmente forte. Depois de anos de ataques, ele foi conquistado em 1770. Rainha Tereza foi capturada e morreu dias depois, na prisão.

Homenagens

Em 2014, o dia 25 de julho tornou-se Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. A data é a mesma do Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha, criado em 1992, no I Encontro de Mulheres Negras da América Latina e do Caribe, na República Dominicana.

E, por duas vezes, Tereza foi enredo de escola de samba! No carnaval de 1994, a escola de samba carioca Viradouro foi para a avenida com “Teresa de Benguela, Uma Rainha Negra no Pantanal”. Em 2020, foi a vez da Barroca Zona Sul, de São Paulo, com “A Barroca clama a ti, Tereza!”.

Com informações de Aventuras na História, do portal UOL, Fundação Cultural Palmares e site De Benguela.

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