Tropicália

A música brasileira se destaca pela variedade de ritmos e gêneros. Mas houve um movimento musical que fez uma verdadeira revolução, misturando vários estilos e uma turma de artistas pra lá de talentosos: a Tropicália! Mas vamos contar essa história do começo.

A Tropicália, ou Tropicalismo, surgiu em 1967. Um grupo de artistas, cantores, poetas e compositores se reuniu para trazer algo novo para o cenário artístico brasileiro. Os participantes mais famosos do movimento foram os cantores-compositores Caetano Veloso e Gilberto Gil, a cantora Gal Costa e o cantor-compositor Tom Zé, a banda Mutantes e o maestro Rogério Duprat. Outros nomes que completaram o grupo foram a cantora Nara Leão e os letristas José Carlos Capinan e Torquato Neto.

Revolução musical

Como um reflexo da ditadura, a música brasileira estava mais voltada para cantar as maravilhas do País e lembrar como o nosso povo era sortudo por viver como vivia. A Tropicália se opunha a este formato e tentou deixar a linguagem da Música Popular Brasileira (MPB) mais leve, jovem e crítica.

Guitarras elétricas eram usadas nos arranjos musicais, ao mesmo tempo em que se misturavam palavras e sons de origem erudita com sons inovadores, trazidos pelos maestros Rogério Duprat, Júlio Medaglia e Damiano Cozzela.

Quando toda esta mistura aconteceu, não só a música brasileira foi afetada, mas a própria cultura nacional! Algumas letras chegaram a ser consideradas verdadeiras poesias. Havia muita liberdade nos temas, com espaço para falar sobre as tradições, as novidades, mas também apontar, de forma disfarçada, a situação do País.

Experimentação

A ordem era experimentar, considerar as várias possibilidades da junção de rock, bossa nova, samba, rumba, bolero e baião. O disco que deixa isso bem claro é a obra coletiva Tropicália ou Panis et Circensis, que reuniu os principais cantores, compositores e maestros do movimento no mesmo disco.

Muito da Tropicália também pode ser encontrado nos primeiros discos de Gilberto Gil e Caetano Veloso, onde se encontram clássicos da época, como as canções-manifesto “Tropicália” e “Geleia Geral”.

Na telinha

Outra característica importante da Tropicália foi sua relação com a televisão. Os artistas do movimento participavam dos festivais de música popular, programas de competição musical que eram exibidos por várias emissoras. É possível dizer, inclusive, que o movimento teve início com as inovadoras apresentações da marcha “Alegria, alegria”, de Caetano, e da cantiga de capoeira “Domingo no parque”, de Gilberto Gil, no III Festival de MPB da TV Record, em 1967.

Mudando a moda

A Tropicália transformou muito os gostos da sua época. E estamos falando de música, política, moral, comportamento, relação com o corpo e a maneira de se vestir. A cultura hippie foi a principal influência do grupo, com os cabelos longos encaracolados e as roupas coloridas. Apesar de ter durado pouco mais de um ano e ter sido reprimido pela ditadura militar com a prisão de Gil e Caetano em 1968, a Tropicália influenciou toda uma geração, mudou a cara do nosso país na década de 1960 e serve de inspiração para muitos artistas até hoje.

Com informações do site Tropicalia.

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