YêdaMaria e as cores da Bahia

lustração. O fundo é uma pintura de 3 barcos a vela. Na frente da pintura, no centro da imagem, há uma mulher negra, de cabelos cacheados presos atrás da cabeça e óculos de grau e armação fina. Ela veste camiseta azul com casaco cor de laranja claro.

Yeda Maria Correia de Oliveira, mais conhecida como YêdaMaria, foi uma importante artista plástica baiana. Ela ficou muito conhecida no Brasil e no mundo pela expressividade de seus desenhos, pinturas, gravuras e colagens, povoados por barquinhos no mar, mesas caprichosamente arrumadas, sereias e iemanjás.

E, claro, o colorido e a luminosidade da sua amada Bahia.

Ela nasceu em Salvador/BA em 1932. Filha e neta de professores, logo cedo revelou inclinação artística. Assim que terminou os estudos secundários, foi cursar Artes Visuais na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Foi durante o curso, em 1956, que o seu talento chamou a atenção pela primeira vez: sua tela “Barcos da água de meninos” recebeu menção honrosa no Salão Baiano de Artes Plásticas. 

Em 1962, já formada, YêdaMaria foi para o Rio de Janeiro estudar gravura na Escolinha de Arte do Brasil. De volta à Bahia, continuou os estudos com o gravador Henrique Oswald. O professor ficou tão entusiasmado com o desempenho da aluna que enviou um de seus trabalhos ao Festival de Artes de Ouro Preto/MG. Não deu outra – YêdaMaria foi premiada no segmento Artes Gráficas. 

À medida que amadurecia como artista, YêdaMaria se tornava mais e mais reconhecida. Em 1964, expôs no Museu de Arte Moderna da Bahia a convite de sua diretora, a prestigiada arquiteta modernista Lina Bo Bardi. Em 1972, começou a lecionar desenho e gravura na Universidade Federal da Bahia. E em 1979, tornou-se a primeira estudante negra a receber bolsa de intercâmbio da Escola de Belas Artes da UFBA para realizar seu mestrado na Art Studio da Universidade Estadual de Illinois, nos Estados Unidos.

YêdaMaria voltou ao Brasil em 1982 e continuou a produzir vigorosamente. Várias de suas obras passaram a integrar o acervo de museus e galerias em todo o Brasil, nos Estados Unidos e na Europa. 

Ela morreu em 2016, aos 84 anos, deixando como legado a sua arte e a lição aprendida com a mãe: nunca se deixar intimidar com a pressão discriminatória dos preconceituosos que tentam reduzir ou desumanizar a pessoa negra.

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