Leolinda Daltro

Ilustração. Sobre fundo em tons de cor de laranja, uma mulher aparece no centro, dos ombros para cima. Ela tem cabelos compridos, castanhos e presos atrás do pescoço. De pele clara e olhos castanhos, a mulher veste uma roupa de gola alta em tons de verde-claro.

A professora Leolinda Daltro se destacou na luta pelos direitos das mulheres. Nascida na Bahia em 14 de julho de 1859, ela dedicou a sua vida às causas em que acreditava.

Em um Brasil muito católico e conservador, Leolinda era tudo que as mulheres da época não deviam ser: ela era desquitada, mãe de cinco filhos, trabalhava fora e, ainda por cima, era politicamente ativa. Ela fez da igualdade e da justiça as suas bandeiras, e da educação, o seu instrumento.

Causa indígena

Leolinda ficou conhecida em todo o Brasil por defender os direitos das populações indígenas. Num tempo em que as políticas indigenistas oscilavam entre a catequização e a aculturação total das tribos ou o seu extermínio, ela defendia o ingresso dos índios na sociedade por meio da alfabetização laica (isto é, sem ligação com qualquer religião).

Ela buscou os parlamentares da época para tentar convencê-los de suas ideias. Mas logo percebeu que, enquanto a política fosse feita por homens e para homens, a voz das mulheres não seria ouvida.

Uma professora sufragista

Incomodada com o fato de as mulheres não poderem votar, ela fundou o Partido Republicano Feminino, em 1910. Seu objetivo era mobilizar o público feminino para lutar por seus direitos.

Em 1911, como professora da Escola Orsina da Fonseca, liderou suas estudantes em passeata até o Palácio do Catete. Recebeu muitas críticas da imprensa, entre elas a de que as mulheres não podiam participar da política, porque não lutavam nas guerras. Não por isso – Leolinda ensinou suas meninas a manejar armas.

Incansável e ciente da importância dos direitos pelos quais lutava, apresentou requerimento pelo direito ao voto feminino à Câmara dos Deputados, em 1916. Também foi a primeira brasileira a se candidatar às eleições municipais, em 1919, defendendo a diminuição das desigualdades e da miséria, mas teve seu registro negado.

Leolinda morreu no dia 4 de maio de 1935. Mas viveu para ver as mulheres conquistarem o direito ao voto em 1932.

Reprodução autorizada desde que contenha a assinatura "plenarinho.leg.br - Câmara dos Deputados" e não seja para fins político-partidários

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