Capacitação ajudará professores a prevenir suicídios

A partir de janeiro, professores de todo o País contarão com um importante instrumento para apoiar estudantes em sofrimento psíquico. O governo federal vai lançar cursos de formação à distância dentro de uma estratégia para redução da automutilação e suicídio de crianças e adolescentes. O conteúdo foi elaborado com auxílio da Sociedade Brasileira de Pediatria e da Associação Brasileira de Psiquiatria, envolve quatro ministérios e vai contar também com cartilhas online voltadas para o público infantojuvenil, com materiais direcionados a cada faixa etária.

O anúncio foi feito pela secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, durante o seminário “O papel dos educadores na prevenção do suicídio de crianças e adolescentes”, promovido pela Câmara dos Deputados, no dia 4 de dezembro de 2019. Além da pediatra, participaram do evento especialistas em saúde mental e educadores, que apresentaram experiências de sucesso desenvolvidas em algumas escolas.

Um deles foi o professor e psicopedagogo Gabriel de Souza Rodrigues, que coordena um grupo de enfrentamento à depressão e ao suicídio no Centro de Ensino Médio Escola Industrial de Taguatinga (DF). A iniciativa de criar o grupo partiu dos próprios estudantes depois de uma perda próxima a eles. O grupo promove rodas de conversa, palestras, debates e ações em redes sociais. Eles criaram, por exemplo, um grupo no WhatsApp para conseguir dialogar com um colega que passava por uma crise, mas não conseguia verbalizar pessoalmente. Fizeram também uma “caixa do desabafo virtual”, em que marcam conversas com quem precisa de ajuda. Os contatos são @geds_eit (Instagram) e (61) 99142-1948 (WhatsApp).

O educador salientou a importância de se reforçar as escolas como um espaço de referência e acolhimento para os jovens. “Precisamos ensinar que a vida tem valor e que ela não pode acabar num problema que se enfrenta. Trabalhar a questão da depressão e do suicídio perpassa pelo aprendizado da vida. Se a educação trata de questão de futuro, você precisa estar vivo para chegar lá”, destacou.

Gabriel e outros participantes ressaltaram que os educadores não foram preparados para tratar desse assunto, além de as escolas não contarem com profissionais como psicólogos, psiquiatras e assistentes sociais. Daí a necessidade de apoio especializado, para que as escolas possam direcionar os estudantes. “A gente não cura doença mental só com aconselhamento. É preciso que fique claro que essas pessoas têm uma doença e precisam de tratamento”, enfatizou Mayra Pinheiro.

O professor e voluntário do Centro de Valorização da Vida, Elias Lacerda, frisou que a existência de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) reduz em 14% o risco de suicídio em uma localidade. Mas lamentou a ausência dessas unidades na maioria dos municípios brasileiros.

Clique aqui para conferir a íntegra do seminário “O papel dos educadores na prevenção do suicídio de crianças e adolescentes”.

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O Plenarinho preparou um material especial sobre o tema voltado para professores, com entrevistas, informações e experiências que podem ser replicadas na sua escola.

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