Varíola dos macacos – uma doença que pede a nossa atenção

Em junho de 2022, o Brasil confirmou o primeiro caso de varíola dos macacos, uma doença viral que passou a dividir os noticiários do mundo com a Covid-19. 

Depois de dois anos tão difíceis temendo o Sars-Cov-2, vamos ter que ficar de olho em um ortopoxvírus. Mas o que se sabe sobre ele? Como se pega? Quais os sintomas? Os macacos é que transmitem? Vem conferir com a gente!

Ortopox o quê?

Como o já erradicado vírus da varíola humana, o vírus da varíola dos macacos é um ortopoxvírus. Os vírus desse tipo guardam sua informação genética em uma molécula de DNA, diferentemente do da Covid-19, que guarda em RNA. O que isso significa, na prática? Que ele é um vírus que sofre menos mutações genéticas. Melhor pra gente, que não precisa criar defesas imunológicas contra uma ameaça que está sempre mudando.

Varíola humana e dos macacos – quais as diferenças?

A varíola humana foi erradicada do mundo em 1980, com a vacinação em massa da população. Era uma doença perigosa, muito contagiosa, que matava cerca de 30% das pessoas infectadas. Já a dos macacos é menos transmissível, gera quadros menos graves e tem taxa de mortalidade mais baixa – entre 3% e 11% dos doentes morrem. 

As duas doenças começam com sintomas parecidos, como febre, dor de cabeça, dor muscular e nas costas, além de calafrios e exaustão. Mas, diferentemente da varíola humana, a dos macacos pode provocar inchaço nos gânglios linfáticos. 

Em ambas, lesões e bolhas começam a surgir na pele em até três dias após o início da febre. A diferença é a localização: na varíola dos macacos, rosto, palmas das mãos e solas dos pés costumam ser mais afetados. Na humana, as lesões se concentram mais no tronco. 

Em geral, depois de 2 a 4 semanas, os infectados com varíola dos macacos já estão curados. 

Como a varíola dos macacos é transmitida?

A varíola dos macacos é uma zoonose, isto é, uma doença que foi identificada em animais, mas que depois “pulou” para os humanos. Mas atenção: os casos que vêm sendo identificados no Brasil são todos transmitidos de humanos para humanos. Nada de incomodar os animaizinhos da nossa fauna, pois eles não têm nada a ver com isso!

A doença pode ser transmitida por meio do contato com secreções, fluidos corporais, lesões na pele e com objetos contaminados – por exemplo, roupas de vestir e de cama. O contágio também pode ocorrer com gotículas respiratórias, especialmente em conversas frente a frente por um período prolongado. 

Como surgiu a varíola dos macacos?

O primeiro registro da varíola dos macacos nos seres humanos foi em 1970, em um menino de nove meses de idade da República Democrática do Congo. Por décadas, a doença ficou restrita ao continente africano, especialmente na África Central e Ocidental. 

Não se sabe ao certo como a doença chegou até a Europa em 2022 e, de lá, se espalhou para o resto do mundo. A suspeita é de que infectados no continente africano possam ter transmitido o vírus durante festas que ocorreram na Espanha e em outros países. 

Existe remédio ou vacina contra a varíola dos macacos?

As vacinas contra varíola humana são 85% eficientes contra a varíola dos macacos. No entanto, como a doença foi erradicada há mais de 40 anos, elas não estão disponíveis em grande quantidade. Mas, caso seja necessário, é possível produzi-la em grande escala!

Também há medicamentos antivirais aprovados por agências internacionais para tratamento da varíola dos macacos, que só dependem da aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para serem usados no Brasil.

Como eu me previno contra a varíola dos macacos?

Evite contato próximo com pessoas que tenham sido diagnosticadas com a doença ou que apresentem febre e/ou lesões na pele. Também é bom evitar tocar em roupas de vestir ou de cama que elas usaram. Na dúvida, mantenha a higiene das mãos com água e sabão ou álcool em gel, como você se acostumou a fazer em relação à Covid-19. Lembra das máscaras? Elas também ajudam você a se proteger. E, claro, se houver campanha de vacinação, vá tomar a sua dose!

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