A luta pela Independência na Bahia

Na Bahia há um feriado cívico tão importante quanto o Sete de Setembro – é o Dois de Julho, conhecido como o Dia da Independência da Bahia! Mas você sabe por quê? A gente conta!

Embora Salvador tenha deixado de ser capital colonial em 1763, a Bahia nunca perdeu sua importância estratégica. Terceira província mais populosa do Brasil, movimentava grandes somas de dinheiro com o tráfico de africanos escravizados, uma forte indústria naval e a exportação de açúcar, algodão e tabaco.

Seu extenso território ficava entre as províncias do sudeste, entusiastas da Independência, e as do Norte e Nordeste, em grande parte leais à metrópole lusitana. Quem vencesse na Bahia poderia ter boa vantagem na conquista do resto do Brasil.

Foi pensando nisso que, em fevereiro de 1822, pouco depois do famoso Dia do Fico, Portugal decidiu concentrar seus esforços militares por ali. Destituiu o comandante das tropas da província, que era brasileiro e simpático à Independência, e colocou em seu lugar um general português, com ordens de sufocar o movimento independentista.

Em poucos dias, as tropas lusitanas conseguiram dominar Salvador. Pensa que os baianos aceitaram essa situação? Que nada! 

De todas as camadas da população, vieram braços dispostos a resistir. Salvador podia estar ocupada, mas dali, os portugueses não iriam a lugar nenhum: a cidade estava completamente cercada pelas forças brasileiras! Reforços, armamentos e, até mesmo, alimentos, só chegavam à capital baiana vindos da metrópole, de navio, em viagens arriscadas. 

E os portugueses nunca tentaram escapar desse cerco? Sim, por duas vezes. A primeira foi em 8 de novembro de 1822, em Pirajá, a 10 quilômetros de Salvador. Foi a Batalha do Pirajá, vencida pelas forças do Brasil. Uma curiosidade: entre os combatentes mais valentes do lado brasileiro, estava Maria Quitéria, uma mulher pra lá de inspiradora.

A segunda investida portuguesa foi na manhã de 7 de janeiro de 1823, contra a ilha de Itaparica. Mais uma vez os baianos e baianas mostraram toda a sua fibra e botaram os portugueses para correr. Outra mulher brilhou na ocasião: foi a lendária Maria Felipa de Oliveira!

Finalmente, na madrugada de 2 de julho de 1823, enfraquecidas e sem o apoio da metrópole, que tinha lá os seus problemas para cuidar, as tropas portuguesas reconheceram a derrota e voltaram para casa. E é por isso que, até hoje, os baianos fazem festa em 2 de julho!

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