A luta pela Independência no Maranhão

O Maranhão só aderiu ao Brasil independente em 28 de julho de 1823. Grande reduto de comerciantes portugueses, a província não via motivo para acatar as ordens vindas do Rio de Janeiro, um governo que pouco se importara com ela até então.

Por outro lado, com a metrópole lusitana, o Maranhão mantinha relações comerciais e laços de obediência. Tanto é que, em 17 de novembro de 1822, mais de dois meses após o “Grito do Ipiranga”, anunciou que se manteria fiel a Portugal.

Demorou um pouco, mas os ventos da mudança chegaram lá. No final de julho de 1823, um exército de oito mil voluntários piauienses e cearenses adeptos da Independência ocupou o interior da província. O povo maranhense se empolgava com a causa de Dom Pedro. A rendição de São Luís era uma questão de tempo. 

Mas tudo andou mais rápido graças à interferência de um personagem histórico polêmico: o mercenário escocês Thomas Cochrane, fundador e primeiro almirante da Marinha de Guerra do Brasil.

Ao se aproximar da capital maranhense com seu navio, o esperto Cochrane guardou a bandeira brasileira e hasteou a britânica. Os militares que vigiavam o porto acreditaram tratar-se de um navio inglês, neutro no conflito, e enviaram ao seu encontro a embarcação D. Miguel. 

O oficial português que subiu a bordo para dar as boas-vindas foi imediatamente preso, mas Cochrane o deixou ir desde que levasse uma carta ao governador exigindo a rendição da cidade. Ao ver-se cercada por terra e mar, São Luís não viu outra alternativa a não ser aderir ao império do Brasil.

Que herói foi Cochrane!… Bem, não é essa a visão que os maranhenses têm do mercenário escocês. Após a rendição da capital, o almirante e sua tropa saquearam a cidade, aterrorizando os moradores. E, de quebra, ainda partiram roubando um navio do império.

Reprodução autorizada desde que contenha a assinatura "plenarinho.leg.br - Câmara dos Deputados" e não seja para fins político-partidários

Comente!

Seu endereço de email não vai ser publicado. Campos marcados com * são exigidos